quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Festa Litúrgica dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

Celebramos a festa dos três Arcanjos que a sagrada Escritura menciona pelo seu nome próprio: Miguel, Gabriel e Rafael. Mas, o que é um anjo? A sagrada Escritura e a tradição da Igreja fazem-nos descobrir dois aspectos. 

Por um lado, o Anjo é uma criatura que está diante de Deus, orientada, com todo o seu ser para Deus. Os três nomes dos Arcanjos terminam com a palavra "El", que significa "Deus". Deus está inscrito nos seus nomes, na sua natureza. A sua verdadeira natureza é a existência em vista d'Ele e para Ele.Explica-se precisamente assim também o segundo aspecto que caracteriza os Anjos: eles são mensageiros de Deus. Trazem Deus aos homens, abrem o céu e assim abrem a terra. Exactamente porque estão junto de Deus, podem estar também muito próximos do homem. De facto, Deus é mais íntimo a cada um de nós de quanto o somos nós próprios

Como um anjo para os outros
Os Anjos falam ao homem do que constitui o seu verdadeiro ser, do que na sua vida com muita frequência está velado e sepultado. Eles chamam-no a reentrar em si mesmo, tocando-o da parte de Deus. Neste sentido também nós, seres humanos, deveríamos tornar-nos sempre de novo anjos uns para os outros anjos que nos afastam dos caminhos errados e nos orientam sempre de novo para Deus.
Se a Igreja antiga chama os Bispos "anjos" da sua Igreja, pretende dizer precisamente o seguinte: "os próprios Bispos devem ser homens de Deus, devem viver orientados para Deus. "Multum orat pro populo" "Reza muito pelo povo", diz o Breviário da Igreja a propósito dos santos Bispos. O Bispo deve ser um orante, alguém que intercede pelos homens junto de Deus. Quanto mais o fizer, tanto mais compreende também as pessoas que lhe estão confiadas e pode tornar-se para elas um anjo um mensageiro de Deus, que as ajuda a encontrar a sua verdadeira natureza, a si mesmas, e a viver a ideia que Deus tem delas. 


São Miguel: dar lugar a Deus no mundo 
São Miguel Arcanjo, pormenor de pintura na Galleria degli Uffizi (Florência)
São Miguel Arcanjo, pormenor de pintura na Galleria degli Uffizi (Florência)
Tudo isto se torna ainda mais claro se olharmos agora para as figuras dos três Arcanjos cuja festa a Igreja celebra hoje. Antes de tudo está Miguel. Encontramo-lo na Sagrada Escritura sobretudo no Livro de Daniel, na Carta do Apóstolo São Judas Tadeu e no Apocalipse. Deste Arcanjo tornam-se evidentes nestes textos duas funções. Ele defende a causa da unicidade de Deus contra a soberba do dragão, da "serpente antiga", como diz João. É a perene tentativa da serpente de fazer crer aos homens que Deus deve desaparecer, para que eles se possam tornar grandes; que Deus é um obstáculo para a nossa liberdade e que por isso devemos desfazer-nos dele.

Mas o dragão não acusa só Deus. O Apocalipse chama-o também "o acusador dos nossos irmãos, que os acusava de dia e de noite diante de Deus" (12, 10). Quem põe Deus de lado, não enobrece o homem, mas priva-o da sua dignidade. Então o homem torna-se um produto defeituoso da evolução. Quem acusa Deus, acusa também o homem. A fé em Deus defende o homem em todas as suas debilidades e insuficiências: o esplendor de Deus resplandece sobre cada indivíduo.

É tarefa do Bispo, como homem de Deus, fazer espaço para Deus no mundo contra as negações e defender assim a grandeza do homem. E o que se poderia dizer e pensar de maior sobre o homem a não ser que o próprio Deus se fez homem? A outra função de Miguel, segundo a Escritura, é a de protector do Povo de Deus (cf. Dn10, 21; 12, 1). Queridos amigos, sede verdadeiramente "anjos da guarda" das Igrejas que vos serão confiadas! Ajudai o povo de Deus, que deveis preceder na sua peregrinação, a encontrar a alegria na fé e a aprender o discernimento dos espíritos: a acolher o bem e a recusar o mal, a permanecer e tornar-se sempre mais, em virtude da esperança da fé, pessoas que amam em comunhão com Deus-Amor. 

São Gabriel: Deus que chama
São Gabriel
São Gabriel
Encontramos o Arcanjo Gabriel sobretudo na preciosa narração do anúncio a Maria da encarnação de Deus, como nos refere São Lucas (1, 26-38). Gabriel é o mensageiro da encarnação de Deus. Ele bate à porta de Maria e, através dela, o próprio Deus pede a Maria o seu "sim" para a proposta de se tornar a Mãe do Redentor: dar a sua carne humana ao Verbo eterno de Deus, ao Filho de Deus.

Repetidas vezes o Senhor bate às portas do coração humano. No Apocalipse diz ao "anjo" da Igreja de Laodiceia e, através dele, aos homens de todos os tempos: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele" (3, 20). O Senhor está à porta à porta do mundo e à porta de cada um dos corações. Ele bate para que o deixemos entrar: a encarnação de Deus, o seu fazer-se carne deve continuar até ao fim dos tempos.

Todos devem estar reunidos em Cristo num só corpo: dizem-nos isto os grandes hinos sobre Cristo na Carta aos Efésios e na Carta aos Colossenses. Cristo bate.
Também hoje Ele tem necessidade de pessoas que, por assim dizer, lhe põem à disposição a própria carne, que lhe doam a matéria do mundo e da sua vida, servindo assim para a unificação entre Deus e o mundo, para a reconciliação do universo.

Queridos amigos, compete-vos bater à porta dos corações dos homens, em nome de Cristo. Entrando vós mesmos em união com Cristo, podereis também assumir a função de Gabriel: levar a chamada de Cristo aos homens. 

São Rafael: recobrar a vista
São Rafael e Tobias
São Rafael e Tobias
São Rafael é-nos apresentado sobretudo no Livro de Tobias como o Anjo ao qual é confiada a tarefa de curar. Quando Jesus envia os seus discípulos em missão, com a tarefa do anúncio do Evangelho está sempre ligada a de curar. O bom Samaritano, acolhendo e curando a pessoa ferida que jaz à beira da estrada, torna-se silenciosamente uma testemunha do amor de Deus. Este homem ferido, com necessidade de curas, somos todos nós. Anunciar o Evangelho, já em si é curar, porque o homem precisa sobretudo da verdade e do amor.

Do Arcanjo Rafael são referidas no Livro de Tobias duas tarefas emblemáticas de cura. Ele cura a comunhão importunada entre homem e mulher. Cura o seu amor. Afasta os demónios que, sempre de novo, rasgam e destroem o seu amor. Purifica a atmosfera entre os dois e confere-lhes a capacidade de se receberem reciprocamente para sempre. Na narração de Tobias esta cura é referida com imagens legendárias.

No Novo Testamento, a ordem do matrimónio, estabelecido na criação e ameaçado de muitas formas pelo pecado, é curado pelo facto de que Cristo o acolhe no seu amor redentor. Ele faz do matrimónio um sacramento: o seu amor, que por nós subiu à cruz, é a força restauradora que, em todas as confusões, dá a capacidade da reconciliação, purifica a atmosfera e cura as feridas. Ao sacerdote é confiada a tarefa de guiar os homens sempre de novo ao encontro da força reconciliadora do amor de Cristo. Deve ser o "anjo" curador que os ajuda a ancorar o seu amor no sacramento e a vivê-lo com empenho sempre renovado a partir dele.

Em segundo lugar, o Livro de Tobias fala da cura dos olhos cegos. Todos sabemos quanto estamos hoje ameaçados pela cegueira para Deus. Como é grande o perigo de que, perante tudo o que sabemos sobre as coisas materiais e que somos capazes de fazer com elas, nos tornamos cegos para a luz de Deus.

Curar esta cegueira mediante a mensagem da fé e o testemunho do amor, é o serviço de Rafael confiado dia após dia ao sacerdote e de modo especial ao Bispo. Assim, somos espontaneamente levados a pensar também no sacramento da Reconciliação, no sacramento da Penitência que, no sentido mais profundo da palavra, é um sacramento de cura. A verdadeira ferida da alma, de facto, o motivo de todas as outras nossas feridas, é o pecado. E só se existe um perdão em virtude do poder de Deus, em virtude do poder do amor de Cristo, podemos ser curados, podemos ser remidos.
"Permanecei no meu amor", diz-nos hoje o Senhor no Evangelho (Jo 15, 9). No momento da Ordenação episcopal Ele di-lo de modo particular a vós, queridos amigos. Permanecei no seu amor! Permanecei naquela amizade com Ele cheia de amor que Ele neste momento vos doa de novo! Então a vossa vida dará fruto um fruto que permanece (Jo 15, 16). 

Benedicto XVI, fragmentos de uma homilía pronunciada no 29 de setembro de 2007.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Nomeado novo Arcebispo de Florianópolis


O Papa Bento XVI nomeou hoje, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, como novo Arcebispo de Florianópolis. A Arquidiocese estava vacante desde 25 de março deste ano, quando Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, scj, foi transferido para ser o Titular da Arquidiocese de São Salvador na Bahia e Primaz do Brasil. Dom Wilson será o quinto Arcebispo de Florianópolis.
Nascido em Vidal Ramos, SC, no dia 10 de julho de 1951, fez sua Profissão Religiosa na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos) em 02 de fevereiro de 1972. Em 17 de dezembro de 1977 foi ordenado Presbítero.
Fez seus estudos secundários no Seminário Menor São José, em Rio Negrinho, SC, nos anos de 1963 e 1964 e depois na cidade de Corupá, SC. Cursou Filosofia no Convento "Sagrado Coração de Jesus" na cidade de Brusque, SC, nos anos de 1972 e 1973; e Teologia no Instituto Teológico "Sagrado Coração de Jesus" na cidade de Taubaté, SP, de 1974 a 1977. Formou-se em Educação na Faculdade de Filosofia, em Varginha, MG, nos anos de 1979 a 1981. Obteve licenciatura em Psicologia mediante estudos na Universidade Gregoriana em Roma, de 1986 a 1990.
Exerceu, entre outros, os seguintes cargos: Diretor do Seminário "São José", em Rio Negrinho; formador no Convento "Sagrado Coração de Jesus" de Brusque (1990-2000); vigário paroquial e pároco na cidade de Varginha, diocese da Campanha (1978-1981) e pároco do Santuário "Sagrado Coração de Jesus" de Joinville (2000-2001). Foi membro do Conselho Regional de Dehonianos para a "Região Brasileira Meridional", Professor de Filosofia no Seminário de Brusque e Assistente do mestre de noviços no noviciado Dehoniano "Nossa Senhora de Fátima", em Jaraguá do Sul.
Em 11 de junho de 2003 foi nomeado Bispo Titular de Gemellae in Byzacena e Auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Recebeu a Sagração Episcopal no dia 16 de agosto do mesmo ano.
No dia 26 de maio de 2010 foi nomeado quinto Bispo da diocese de Tubarão, SC, recebendo, em 18 de julho, das mãos do então Arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Krieger, o báculo como símbolo do serviço confiado ao pastor segundo o modelo de Jesus Cristo que conhece e guia seu povo.
Seu lema episcopal é: “Maximus amor pro amicis mori” - "Amar é dar a vida”.
O novo Arcebispo será empossado no dia 15 de novembro de 2011, no ginásio de esportes do Colégio Catarinense, Florianópolis, em cerimônia que terá início às 9h30.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Extra: Papa impõe pálio ao Cardeal Scola

Desde a década de 80, quando João Paulo II inaugurou o costume de o papa mesmo impor o pálio arquiepiscopal aos arcebispos nomeados durante o ano, que são um tanto que raras as outras formas de algum arcebispo receber o pálio a não ser em Roma, do próprio Papa, depois da homilia da Missa Pontifical na Solenidade de São Pedro e São Paulo.

A forma mais usual de impor o pálio a um Arcebispo que, por alguma razão - às vezes, impedidos pelas autoridades civis - não esteve presente em Roma no dia 29 de junho, é, tendo sido entregues a um arcebispo da Cúria Romana os pálios dos ausentes, ele viaja à diocese de cada um e lhes impõe ou então o faz o Núncio ou outro bispo. Se o arcebispo eleito ainda não foi sagrado bispo, mas já pediu ao Romano Pontífice o pálio que o cargo lhe garante ipso facto, o dito paramento arquiepiscopal lhe é imposto pelo sagrante principal depois da imposição do anel e antes da da mitra.

A presente introdução é para noticiar uma segunda página nos elementos incomuns que envolvem o início do ministério episcopal do Cardeal Scola em Milão. Já tratamos sobre a posse canônica da dita Arquidiocese por meio de um Procurador (um Bispo Auxiliar de Milão) nomeado por Scola:



Sacerdote apresenta a Bula ao Colégio dos Consultores 
e aos demais presentes



Por meio do Bispo Auxiliar Mons. Radaelli,
o Cardeal Scola tomou posse canônica de Milão


Hoje, às 12h, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, o Santo Padre Bento XVI, gloriosamente reinante, impôs o pálio arquiepiscopal ao Cardeal Scola. Aqui está a raridade: o Papa impor a um arcebispo o pálio em um dia que não é o 29 de junho. Surge-nos a seguinte dúvida: se a transferência de Sua Eminência foi publicada a 28 de junho - véspera da imposição do pálio a 40 arcebispos. Dizem que Scola não teve como estar presente. E mais: se o pálio lhe foi imposto ainda este ano - e ele não teve que esperar para a próxima Solenidade do Apóstolos -, é possível que o seu dito paramento já estava confeccionado, o que confirma a notícia de que a sucessão na cátedra de Ambrósio há muito era discutida, coisa compreensível à Milão. Contudo, na lista divulgada pela Santa Sé, só 5 arcebispos receberiam o pálio em suas respectivas arquidioceses... É provável que, devido à relevância de Milão, o próprio Pontífice tenha se dignado a ele mesmo impor o pálio a Scola - cerimônia que deveria ter acontecido na semana passada, mas problemas de saúde impediram que o Purpurado viajasse a Roma. Hoje coincidiu com o seu 20º aniversário de sagração episcopal.

Aparentemente, o pálio já estava abençoado (fato que reforça que ele estava entre os do último 29 junho) e foi imposto à Sua Eminência depois deste ter emitido a profissão de fé e o juramento previsto no Pontifical Romano.

O Purpurado trajou a costumeira veste coral cardinalícia

Bispos, monsenhores e conhecidos entre os poucos presentes 
na cerimônia de caráter privado

"Para a glória do Deus todo-poderoso e o louvor da Bem-aventurada sempre Virgem Maria
e dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo..."
Assim reza a fórmula de imposição

Da nomeação de Scola diz-se que Bento XVI decidiu por si só
até em oposição ao parecer de seus colaboradores


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Papa se encontra com os novos bispos e pede a todos: "acolham novos carismas"

"Pastor deve harmonizar diversidade carismática na unidade da Igreja"

O Papa Bento XVI se encontrou hoje [16] com todos os bispos nomeados durante o último ano e entre eles Dom Teodoro nosso mado bispo auxiliar, e instou todos a acolher os novos movimentos e carismas em suas dioceses, para ajudar os fiéis em seu caminho de santificação.

Dom Teodoro Mendes  com Sua Santidade Bento XVI

O Pontífice concedeu uma audiência aos bispos “recém-estreados” que, como todo ano, há uma década, participam de um curso de formação organizado pela Congregação para os Bispos e pela Congregação para as Igrejas Orientais, para ajudá-los em seu novo ministério.
Estes cursos foram inaugurados durante o pontificado de João Paulo II e se realizam no mês de setembro, com os bispos nomeados nos doze meses anteriores. Além disso, a visita a Roma supõe também um ato de adesão dos novos prelados ao Sucessor de Pedro.
O Papa Bento XVI, nesta ocasião, quis refletir sobre um aspecto do ministério episcopal: o de discernir e acolher os “dons do Espírito” que aparecem em suas dioceses “para a edificação da Igreja”.
Neste sentido, refletiu sobre a recente Jornada Mundial da Juventude de Madri, a qual, afirmou, “mostrou, mais uma vez, a fecundidade dos carismas na Igreja, concretamente hoje, e a unidade eclesial de todos os fiéis reunidos em torno do Papa e dos bispos”.
Esta vitalidade, disse, “reforça a obra de evangelização e a presença de Cristo no mundo. E vemos, podemos quase tocar, que o Espírito Santo, ainda hoje, está presente na Igreja, que cria carismas e unidade”.
O Pontífice instou os bispos a “acolher os carismas com gratidão”, recordando que o Espírito Santo “trabalha também hoje entre nós”, ao mesmo tempo com “o discernimento, que é próprio da missão do bispo”.
O bispo, explicou, tem como parte do seu ministério pastoral “o juízo sobre a autenticidade dos carismas e sobre seu exercício ordenado, sem extinguir o Espírito, mas examinando e levando em consideração o que é bom”.
“Isso me parece importante: por um lado, não extinguir, mas, por outro, distinguir, ordenar e levar em consideração, examinando. Por isso, deve estar sempre claro que nenhum carisma dispensa da referência e da submissão aos pastores da Igreja”, sublinhou.
Neste sentido, insistiu, ao acolher os novos carismas, “o bispo realiza um grande e precioso serviço ao sacerdócio dos fiéis e à vitalidade da Igreja, que resplandecerá como esposa do Senhor, revestida da santidade dos seus filhos”.
Exortou-os especialmente a alimentar o dom fundamental da filiação divina nos fiéis: “O essencial é que nos convertamos verdadeiramente em filhos e filhas no Filho. O Batismo, que constitui os homens em 'filhos no Filho' e em membros da Igreja, é raiz e fonte de todos os demais dons carismáticos”.

.: Sacerdócio ministerial e batismal :.

O Papa fez uma pequena reflexão sobre o sacerdócio ministerial, que os bispos têm em plenitude, e o sacerdócio comum dos fiéis, explicando que o primeiro “se coloca ao serviço do sacerdócio comum dos fiéis, do seu crescimento espiritual e da sua santidade”.
“O sacerdócio ministerial, como vocês sabem, tem o objetivo e a missão de dar vida ao sacerdócio dos fiéis, que, pelo Batismo, participam, da sua maneira, do único sacerdócio de Cristo”, explicou, reafirmando que estes são “essencialmente diferentes, não somente em grau”, e que “se ordenam um ao outro”.
Por esta razão, os bispos têm o dever de velar e agir para que os batizados possam crescer na graça e segundo os carismas que o Espírito Santo suscita em seus corações e suas comunidades”, sublinhou o Papa.
O bispo é “sinal visível da unidade da sua Igreja particular” e tem o “dever de unificar e harmonizar a diversidade carismática na unidade da Igreja, favorecendo a reciprocidade entre o sacerdócio hierárquico e o sacerdócio batismal”.




Fonte: L'Osservatore Romano e ZENIT

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Festividade da Paróquia de Santo Inácio de Loyola 2011


“Com Santo Inácio caminhamos na missão” 

A abertura da festividade de Santo Inácio de Loyola 2011, se deu com uma procissão luminosa saindo da comunidade São Clemente, com a imagem do padroeiro, chegando a matriz seguida de santa missa presidida pelo pároco Pe. Marino Gabrieli e concelebrada pelo Frei Evandro Fonseca - vigário paroquial. No dia 31 de julho, dia de Santo Inácio de Loyola, a missa foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano, D. Alberto Taveira, e durante a sua homilia motivou a todos, falando um pouco da missão de Santo Inácio e ressaltando suas virtudes e que todos possam seguir seu exemplo e seus ensinamentos. No decorrer da festividade vários sacerdotes presidiram as celebrações eucarísticas, entre eles o Pe. Vicente Lote Vigário Episcopal e pároco da paróquia Cristo Rei e também se fez presente D. Teodoro Tavares, bispo auxiliar de Belém e Titular de Verbe, fazendo desta Santa Missa sua primeira visita à Paróquia Santo Inácio de Loyola. Veja algumas fotos de toda a Festividade:















Os Servidores do Altar tiveram uma participação ativa durante toda a Festividade 2011. Parabéns a todos os Servidores do Altar da Paróquia Santo Inácio de Loyola pelo belo trabalho à Deus e a Mãe Igreja.

Fotos enviada pelo Coordenador paroquial da Paróquia Santo Inácio de loyola

sábado, 10 de setembro de 2011

COMUNICADO

ARQUIDIOCESE DE BELÉM

A Arquidiocese Metropolitana de Belém, através de seu Arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa, vem a público comunicar que a chamada Igreja Carismática Católica não está em comunhão com a IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA, e que a presença do senhor Emmanuel Milingo, nesta cidade, deve ser considerada, à luz do comunicado de imprensa da Santa Sé, como persistência na contumácia e no exercício ilegítimo de atos sem mandato pontifício e contra a unidade da Santa Igreja Católica. Salienta ainda de que todo e qualquer ato ou celebração organizadas pelo senhor Milingo são consideradas ilegítimas perante a Santa Sé.

+ Dom Alberto Taveira Corrêa 
Arcebispo Metropolitano de Belém

Fonte: Fundação Nazaré 

Tour virtual pela Catedral Metropolitana de Belém


- Quer conhecer a Igreja-Mãe da Arquidiocese de Belém? Então o que está esperando? Clique na logo abaixo e faça uma visita sempre que quiser e sem sair de casa, e se vislumbre com a magnitude de nossa Catedral metropolitana. Aproveite!


Fonte: Catedral Metropolitana de Belém e Portal Mais Pará

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Um Pouco da História de Nossa Arquidiocese - A Questão Religiosa

D. Antônio de Macêdo Costa, décimo bispo do Pará (1860-1890)

Desde o período colonial a atividade eclesiástica no Brasil era regulada pelo estado, isto se devia ao chamado padroado régio, privilégio dispensado pela Santa Sé às coroas portuguesa e espanhola que dava a estas livres poderes acerca do exercício da religião (nomeação de bispos, ingerência nos negócios da igreja) em troca do financiamento da atividade missionária e eclesiástica, com a independência do Brasil este privilégio foi mantido e se perpetuou em todo o período imperial.

A partir da segunda metade do século XIX, no entanto, uma geração de sacerdotes influenciada pela supressão dos estados papais (Questão Romana) passou a contestar a ação do estado, entendendo-o com empecilho para a propagação da fé católica, vale ressaltar que esta geração de padres desejava autonomia nas deliberações religiosas e não a separação Igreja/Estado. Dentre estes, podemos destacar D. Antônio de Macêdo Costa, que teve sua formação sacerdotal no conhecido Seminário de São Sulpício na França, berço do ultramontanismo. Imbuído destes ideais apreendidos no Seminário, assumiu o bispado do Pará em 1861 e logo começou as reformas em vista de “romanizar” a Igreja lhe dada para pastorear.

Há de se observar que neste período de extremo mal estar para a realidade temporal da Igreja, com a unificação italiana, vários documentos pontifícios foram publicados em vista de ratificar a autoridade papal e os dogmas da Igreja tão combatidos pelo liberalismo e racionalismo em voga na época. Destaca-se a encíclica Quanto conficiamur moemore publicada em 10 de agosto de 1863 que condenava os erros do tempo presente; a Enciclica Quanta cura e seu anexo Syllabus errorum publicados em 1864 que condenava a Maçonaria. Na esteira destes documentos, em 25 de março de 1873 D. Antônio de Macêdo Costa publica uma carta pastoral exortando seus diocesanos a renunciarem a maçonaria e determina que estes não fizessem parte desta associação. Frente à negativa da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos e das Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Monte do Carmo e de São Francisco da Penitência decreta a interdição a divinis das mesmas, isto é, o caráter espiritual da irmandade e não sua configuração como agremiação secular.

As irmandades recorreram ao Conselho de Estado em vista de obter a revogação das interdições, o estado imperial agiu em vista de consegui-las decretando que D. Macêdo Costa deveria revogá-las. Em 4 de outubro de 1873 o bispo declara ao ministro de Estado que não reconhece a intromissão da Coroa em assuntos eclesiásticos e nega e revogação dos interditos. No entendimento da Coroa sendo o bispo um funcionário do estado e não obedecendo uma determinação da Coroa, este incorria no crime de Desobediência, fato que em 28 de abril de 1874 o  levou a prisão.

O conflito terminou em 17 de setembro de 1875, onde após longos debates no Conselho de Estado foi anistiado D. Macêdo Costa e seu colega D. Vital Maria Gonçalves também protagonista da Questão Religiosa.

* por João Antônio Lima


Fontes Bibliográficas

LUSTOSA, Dom Antônio de Almeida. Dom Macêdo Costa (bispo do Pará). Belém: Secult, 1992.
MORAES, E. Vilhena de. A Anistia aos bispos, na Questão Religiosa, perante o conselho de estado.
MONNERAT, Patrícia Carvalho Santório. Festa e Conflito: D Antônio e a Questão de Nazaré (1861-1878). Niterói: Dissertação de Mestrado apresentada a Universidade Federal Fluminense, 2009.
PEREIRA, Nilo. Dom Vital e a Questão Religiosa. Recife: Arquivo Público Jordão Emerenciano, 1986.
RAMOS, D. Alberto Gaudêncio Ramos. Cronologia Eclesiástica do Pará. Belém: Editora Falângola, 1985.
VIEIRA, David Gueiros. O Protestantismo a Maçonaria e a Questão Religiosa no Brasil. Brasília: Editora UNB, 1980.
VILLAÇA, Antônio Carlos. História da Questão Religiosa no Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1974.

In Nativitate Beátae Maríae semper Vírginis


Salve, sancta Parens,eníxa puérpera Regem:
qui coelum terrámque regit in sǽcula sæculórum.


Hoje a sagrada liturgia comemora o dia em que Deus começa a pôr em prática o Seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Esta "casa", que é Maria, foi construída com sete colunas, que são os dons do Espírito Santo. 
Deus dá um passo à frente na atuação do Seu eterno desígnio de amor, por isso, a festa de hoje, foi celebrada com louvores magníficos por muitos Santos Padres. Segundo uma antiga tradição os pais de Maria, Joaquim e Ana, não podiam ter filhos, até que em meio às lágrimas, penitências e orações, alcançaram esta graça de Deus. 
De fato, Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe do Rei dos séculos, para ser a Mãe de Deus. E por isso comemoramos o dia de sua vinda para este mundo, e não somente o nascimento para o Céu, como é feito com os outros santos.
Sem dúvida, para nós como para todos os patriarcas do Antigo Testamento, o nascimento da Mãe, é razão de júbilo, pois Ela apareceu no mundo: a Aurora que precedeu o Sol da Justiça e Redentor da Humanidade. 

Nossa Senhora, rogai por nós!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Solenidade de Santa Maria de Belém - Padroeira da Arquidiocese e da Cidade de Belém


A desconhecida Belém de Judá, pequena aldeia no tempo de Cristo, tornou-se famosa em todo o mundo por ter sido o berço do Salvador, iniciando-se ali uma nova era para a humanidade. Apesar de a Judéia ser um estado vassalo de Roma na época de Herodes, somente após a queda de Jerusalém, no ano 70, ela passou a fazer parte do Império Romano. O imperador Constantino, convertido ao cristianismo, mandou edificar no ano 330, sobre a gruta da Natividade, uma basílica, cujos belos mosaicos representando os antepassados de Jesus e os profetas que anunciaram o seu nascimento a celebrizaram como um dos principais monumentos artísticos da Cristandade.
Havia no templo uma imagem bizantina da Virgem Santíssima, que se tornou conhecida com o título de Santa Maria de Belém. Seu culto se espalhou pela Europa, chegando a Portugal através de religiosos e peregrinos que estiveram na Terra Santa.
No início do século XV, o infante D. Henrique, fundador da Escola de Sagres e grande incentivador das navegações portuguesas, mandou construir na praia do Restelo, em Lisboa, uma igreja dedicada àquela invocação. Dizia ele que, assim como a estrela de Belém guiou os Reis Magos até a manjedoura onde se achava o Menino Deus, assim também a Senhora de Belém ajudaria a encontrar novas terras e o caminho para as Índias.
Foi ali, na pequena ermida do Restelo, que Vasco da Gama, antes de seguir à procura das Índias em 1497, passou a noite em oração e assistiu à Santa Missa. O Gama conseguiu êxito completo em sua arriscada travessia marítima, chegando são e salvo à lendária Calicut, onde foi recebido pelo Samorim. Em agradecimento à proteção da Soberana dos Mares, el-rei D. Manuel transformou a humilde capela de Santa Maria de Belém no suntuoso mosteiro conhecido atualmente como “Os Jerônimos”, uma das obras-primas da arquitetura manuelina.
Desde então as grandes expedições marítimas eram precedidas de solene cerimônia religiosa na magnífica igreja da Protetora dos Navegantes. Pedro Álvares Cabral, antes de iniciar sua viagem de descobrimento, ali assistiu à Santa Missa e seguiu como rei em procissão até o cais, onde a frota, pronta para zarpar, salvou com entusiasmo seu soberano e seu comandante.
Trazida para o Brasil pelos primeiros povoadores, esta invocação da Mãe de Deus teve muitos devotos em todo o território nacional, principalmente em Itatiba (SP) e Belém do Pará, que lhe dedicaram suas paróquias.
No Natal de 1615 o capitão-mor Francisco Caldeira Castelo Branco partiu de São Luís do Maranhão com três navios e 150 homens, para ocupar o Amazonas. Em janeiro de 1616, desembarcou na foz daquele rio, na formosa baía do Guajará, onde ergueu o Forte do Presépio, fundando uma povoação que mais tarde recebeu o nome de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.
Alguns anos depois, Castelo Branco entrou em conflito com a tropa e, devido à violência com que tratou seus oficiais, foi preso, demitido do cargo de capitão-mor e levado para Portugal. Os indígenas aproveitaram-se da desunião entre os conquistadores, cercaram a vila e nela penetraram matando velhos, mulheres e crianças. O historiador sacro Frei Agostinho de Santa Maria, em seu livro publicado em 1722, afirmava que o nome de Nossa Senhora de Belém teria sido dado à Padroeira da cidade “em memória dos Santos Inocentes que em Belém foram degolados por amor a Jesus, a quem Herodes também pretendia matar”.
Na capital paraense os festejos da Protetora se realizam a 1º de setembro, na Sé que durante muito tempo esteve sob o orago de Nossa Senhora da Graça. Somente em fins do século passado, devido a uma promessa feita pelo Bispo D. Macedo Costa, a Catedral foi entregue a Santa Maria de Belém numa cerimônia solene, perpetuada em artísticos painéis na abóbada do templo.
Na fachada daquela igreja, uma das mais belas do Brasil Colonial, inspirada na arquitetura oficial da corte de Lisboa na época de D. João V, pode-se admirar uma enorme efígie da Virgem Maria com o Menino Jesus já grandinho, sentado em seu colo e abraçando sua Mãe. Sobre o altar-mor, além de bonita imagem semelhante à da fachada, existe uma grande tela, executada por pintor português, representando o presépio de Belém, como recordação do nome dado ao forte, do qual se originou a pitoresca cidade das mangueiras.
Viajando à procura do rio-mar, o capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, guiado pela estrela do Natal, chegou ao local predestinado a ser o berço da civilização luso-brasileira no extremo norte do Brasil, a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, porta de entrada da fabulosa Amazônia.

ICONOGRAFIA:
Existem várias representações da Senhora de Belém. Em Lisboa, na capela dos Jerônimos, Ela aparece com José e o Menino Jesus de pé entre seus pais, usando roupas bordadas. O Divino Infante aparenta uma criança de mais de um ano, pois está de pé. Segundo alguns historiadores Ele teria esta idade quando aconteceu o episódio da "Matança dos Inocentes" e da "Fuga para o Egito".
As imagens de Nossa Senhora de Belém, existentes na fachada e no altar-mor da Sé paraense, representam Maria de pé com o Menino Deus já grandinho, sentado em seu colo e abraçando sua mãe. Já a colocada no mesmo altar mostra São José e Nossa Senhora reclinados sobre a manjedoura, onde repousa Jesus recém-nascido. Acreditamos que esta tela seja mais uma lembrança do Presépio, devido ao nome dado ao forte, do qual se originou a cidade.

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Sua Excelência Reverendíssima Dom Alberto Taveira Corrêa - X Arcebispo Metropolitano, presidirá o Solene Pontifical de Santa Maria de Belém, hoje (01), às 19h na Catedral Metropolitana de Belém.

Fonte: Catedral Metropolitana de Belém

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