terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Memória de São João Bosco - Sacerdote e Educador


"Ó Deus, que suscitastes são João Bosco para educar e pai dos adolescentes, fazei que, inflamados da mesma caridade, procuremos a salvação de nossos irmãos, colocando-nos inteiramente ao vosso serviço. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Oração da Coleta

João Melquior Bosco, nasceu no dia 16 de agosto de 1815, numa família católica de humildes camponeses em Castelnuovo d'Asti, no norte da Itália, perto de Turim. Órfão de pai aos dois de idade, cresceu cercado do carinho da mãe, Margarida, e amparo dos irmãos. Recebeu uma sólida formação humana e religiosa, mas a instrução básica ficou prejudicada, pois a família precisava de sua ajuda na lida do campo. 

Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João queria reagir, mas a Senhora lhe disse: "Não com pancadas e sim com amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo compreenderás". Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e orientado pela família, entrou no seminário salesiano de Chieri, daquela diocese. 

Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate, ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841. Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e jovens carentes. Este "produto da era da industrialização", se tornou a matéria prima de sua Obra e vida. 

Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo de religioso: o coadjutor salesiano. 

Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países. Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o povo mais simples. 

Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o de "Sistema Preventivo de Formação". Não esqueceu do seu sonho de menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um sorriso sereno: "Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez". 

Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado "modelo por excelência" para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e ricos; escreveu: "Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas" e se fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.

Fonte: Site Dom Total

domingo, 29 de janeiro de 2012

IV Domingo do Tempo Comum


Antífona da entrada: Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome nos gloriemos em vosso louvor (Sl 105,47)


Oração do dia

Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Sobre as oferendas

Para vos servir, ó Deus, depositamos nossas oferendas em vosso altar; acolhei-as com bondade, a fim de que se tornem o sacramento da nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão: Mostrai serena a vossa face ao vosso servo e salvai-me pela vossa compaixão! (Sl)

Depois da comunhão

Renovados pelo sacramento da nossa redenção, nós vos pedimos, ó Deus, que este alimento da salvação eterna nos faça progredir na verdadeira fé. Por Cristo, nosso Senhor.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Calendário das Celebrações Litúrgicas presididas pelo Sumo Pontífice


FEVEREIRO

2 Quinta-feira
Festa da Apresentação do Senhor
XVI Dia da Vida Consagrada
Basílica Vaticana, 17h30
Vésperas com os membros dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedade de Vida Apostólica
;

18 Sábado
Basílica Vaticana, 10h30
CAPELA PAPAL
Consistório Ordinário Público para a criação de novos Cardeais e para o voto de algumas Causas de Canonização
;  

19 Domingo
Solenidade da Cátedra de São Pedro
Basílica Vaticana, 9h30
CAPELA PAPAL
Santa Missa com os Novos Cardeais
;  

22 Quarta-feira de Cinzas
Basíilica de Santo Anselmo,16h30
Statio e procissão penitencial
Basílica de Santa Sabina, 17h
Santa Missa, bênção e imposição das Cinzas
;  

 26 I Domingo de Quaresma
Palácio Apostólico
Capela Redemptoris Mater, 18h
Início dos exercícios espirituais para a Cúria Romana
;

MARÇO

3 Sábado
Capela Redemptoris Mater, 9h
Conclusão dos exercícios espirituais para a Cúria Romana
;  

4 II Domingo de Quaresma
Santa Missa na Paróquia romana de São João Batista Sales, Torrino, 9h30;  

10 Sábado
Basílica de São Gregório, Célio, 17h30
Vésperas por ocasião da visita do Arcebispo de Canterbury
;  

23 Sexta-feira - 29 Quinta-feira
Viagem Apostólica ao México e à Cuba
;  

ABRIL

1 Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor 
Praça de São Pedro, 9h30
CAPELA PAPAL
Bênção dos Ramos, Procissão e Santa Missa
;  

5 Quinta-feira Santa
Basílica Vaticana, 9h30
Santa Missa Crismal
;  
Basílica de São João de Latrão, 17h30
CAPELA PAPAL
Início do Tríduo Pascal
Santa Missa na Ceia do Senhor;  

6 Sexta-feira Santa
Basílica Vaticana, 17h
CAPELA PAPAL
Celebração da Paixão do Senhor
;  
Coliseu, 21h15
Via-Sacra;  

7 Sábado Santo
Basílica Vaticana, 21h
CAPELA PAPAL
Vigília Pascal na Noite Santa
;  

8 Domingo de Páscoa
Praça de São Pedro, 10h15
CAPELA PAPAL
Santa Missa de Páscoa
;  
Balcão central da Basílica Vaticana, 12h
Bênção "Urbi et Orbi";

Cidade do Vaticano, 25 de janeiro de 2012

Mons. Guido Marini
Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Memória de Santa Inês

Por ocasião da memória de Santa Inês, no último sábado dia 21, o Santo Padre abençoou duas ovelhas de cuja lã será tecido o Pálio a ser entregue aos novos metropolitas na Solenidade dos Santos apóstolos Pedro e Paulo no dia 29 de junho. O pálio será tecido por uma comunidade de religiosas beneditinas pertencentes ao Mosteiro de Santa Cecília em Trastevere.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Hinos - O Redemptor Sume Carmen


O Redemptor sumir Cármen
Temet concinéntium. 

1. Arbor foéta Alma luce
Hoc sacrándum prótulit,
Fert hoc Prona praésens Turba
Salvatori saeculi. 

2. Consecráre tu dignáre,
Rex perennis patriae,
Hoc olívum, signum vivum,
Iura contra Daemonum. 

3. Ut novétur ​​Sexus omnis
Unctióne Chrísmatis:
Ut sanétur sauciáta Dignitatis Glória. 

4. Lota Mente sacro FONTE
Aufugántur crimina,
Úncta Fronte sacrosáncta
Ínfluunt charis mata. 

5. Corde natus ex Parentis
Alvum ímplens Virginis,
Praésta lúcem, Claude mortem
Consórtibus Chrísmatis. 

6. Sente-se Haec morre festa nobis,
Saeculórum saéculis
Sente-se sacráta Digna laude,
Nec Senescat tempore.

domingo, 22 de janeiro de 2012

III Domingo do Tempo Comum

Antífona da entrada: Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor, majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95,1.6). 

Oração do dia 

Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 

Sobre as oferendas 

Ó Deus, acolhei com bondade as oferendas que vos apresentamos para que sejam santificadas e nos tragam a salvação. Por Cristo, nosso Senhor. 

Antífona da comunhão: Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! (Sl 33,6) 

Depois da comunhão 

Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que, tendo recebido a graça de uma nova vida, sempre nos gloriemos dos vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.

sábado, 21 de janeiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Memória dos Santos Sebastião e Fabiano


"Dai-nos, ó Deus, o espírito de fortaleza para que, sustentados pelo exemplo de são Sebastião e são Fabiano, vossos gloriosos mártires, possamos aprender com eles a obedecer mais a vós do que aos homens. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Oração da Coleta

Hoje a santa igreja celebra como memória facultativa os santos mártires Sebastião e Fabiano. A reprodução do martírio de São Sebastião, amarrado a uma árvore e atravessado por flechas é uma imagem milhares de vezes retratada em quadros, pinturas e esculturas, por artistas de todos os tempos. Entretanto, nem todos sabem que o destemido Santo não morreu daquela maneira. O suplício das flechas não lhe tirou a vida, resguardada pela fé em Cristo. Vejamos como tudo aconteceu. 

Sebastião nasceu em Narbônia, na Gália, atual França, mas foi criado por sua mãe em Milão, na Itália, de acordo com os registros de Santo Ambrósio. Pertencente a uma família cristã, foi batizado ainda pequenino. Mais tarde, tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e protetor ativo dos cristãos. Ele fazia tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho Tibúrcio foram convertidos por ele. Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve então, que comparecer ante ao imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento. 

O imperador da época era ninguém menos que o sanguinário Diocleciano, que lhe dispensara admiração e confiara nele, esperando vê-lo em destacada posição no seu exército, numa brilhante carreira e por isso considerou-se traído. Levado à sua presença, Sebastião não negou sua fé. O imperador lhe deu ainda uma chance para que escolhesse entre sua fé em Cristo e o seu posto no exército romano. Ele não titubeou, ficou mesmo com Cristo. A sentença foi imediata: deveria ser amarrado a uma árvore e executado a flechadas. Após a ordem ser executada, Sebastião foi dado como morto e ali mesmo abandonado, pela mesma guarda pretoriana que antes chefiara. Entretanto, quando uma senhora cristã foi até o local à noite, pretendendo dar-lhe um túmulo digno encontrou-o vivo! Levou-o para casa e tratou de suas feridas até vê-lo curado.

Depois, cumprindo o que lhe vinha da alma, ele mesmo se apresentou àquele imperador anunciando o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo e censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo e irado com tamanha ousadia, o sanguinário Diocleciano o entregou à guarda pretoriana após condena-lo, desta vez, ao martírio no Circo. Sebastião foi executado então com pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte, no dia 20 de janeiro de 288. Os algozes cumpriram a ordem e, para evitar a sua veneração, foi jogado numa fossa, de onde a piedosa cristã Santa Luciana o tirou, para sepulta-lo junto de São Pedro e São Paulo. Posteriormente, em 680, as relíquias foram transportadas solenemente para a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, construída pelo imperador Constantino. 

Naquela ocasião em Roma a peste vitimava muita gente, mas a terrível epidemia desapareceu na hora daquela transladação. Em outras ocasiões foi constatado o mesmo fato; em 1575 em Milão, e em 1599 em Lisboa, ambas ficando livres da peste pela intercessão do glorioso mártir São Sebastião. No Brasil, diz a tradição, que no dia da festa do padroeiro, em 1565, ocorreu a batalha final que expulsou os franceses que ocupavam a cidade do Rio de Janeiro, quando São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os invasores franceses calvinistas. 

Ele é o protetor da Humanidade, contra a fome, a peste e a guerra e é claro do cartão postal do Brasil, a cidade maravilhosa de São Sebastião do Rio de Janeiro. Santo Fabiano Fabiano era um fazendeiro cristão nascido em Roma. Era um laico, quer dizer, não era um sacerdote, mas mesmo assim foi escolhido pelo povo e pelo clero, à ocupar a cátedra de São Pedro. Tudo aconteceu, devido a um fato ocorrido, quando a assembléia cristã estava tentando escolher o novo pastor da Igreja de Roma. Num determinado momento uma pomba, símbolo do Espírito Santo, pousou sobre sua cabeça e eles entenderam isto como um sinal de Deus. Foi eleito e ordenado: diácono, presbítero e bispo no mesmo dia, 10 de janeiro de 236. Depois de ser consagrado o vigésimo sacerdote a ocupar a Cátedra da Igreja de Roma, o então papa Fabiano se dirigiu ao túmulo de São Pedro para rezar. Administrador nato, realizou o censo do povo de Cristo, presente na cidade de Roma. Depois dividiu a cidade em sete distritos eclesiásticos, ou paróquias, e delegou a cada uma os seus paroquianos, seu clero e suas catacumbas, como eram chamados os cemitérios. 

O papa Fabiano que era um quase desconhecido antes da eleição, foi muito apreciado também por suas intervenções doutrinais, especialmente nas controvérsias da Igreja da África. Sob seu pontificado de catorze anos, houve paz e desenvolvimento interno e externo da Igreja. Segundo são Cipriano, bispo de Cartago, capital romana da África do norte, o próprio imperador Décio, admitia a sua competência e teria dito que preferia um rival no Império a um bispo como Fabiano em Roma. O soberano estava com problemas no seu governo, os domínios romanos diminuíam devido às constantes rebeliões, por isto definiu os cristãos como culpados e desencadeou uma ferrenha perseguição contra toda a Igreja. Ocorreu um grande êxodo de cristãos de Roma, que se deslocaram para o Oriente à procura das comunidades religiosas dos desertos, um pouco mais protegidas das perseguições. Este foi o início para a vida eremita, com os "anacoretas", mais conhecidos como os padres do deserto. Entretanto, o papa Fabiano permaneceu no seu posto e não renegou a fé, sendo decapitado no dia 20 de janeiro de 250. 

Assim escreveu sobre ele são Cipriano na Carta que enviou ao clero romano: "Quando era ainda incerta entre nós a notícia da morte desse homem justo, meu companheiro no episcopado.. a carta que me enviastes... por ela fiquei... a par da sua gloriosa morte. Muito me alegrei, porque a integridade do seu governo foi coroada com um fim tão nobre." Depois do seu martírio, a Cátedra de Pedro ficou desocupada por mais de um ano, até que o clero e o povo de Roma pudessem eleger um novo bispo, devido à intensa perseguição ao catolicismo.

Fonte: Site Dom Total

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Um Pouco da História de Nossa Arquidiocese - Cemitério Santa Izabel

Na última postagem de nossa coluna “um pouco da história de nossa Arquidiocese”, fizemos alguns apontamentos acerca do Cemitério Nossa Senhora da Soledade, sobre o que lá escrevemos, vale lembrar do pouco tempo, cerca de 30 anos, em que este serviu a população belemense. Com o fechamento deste, se mandou construir o Cemitério Santa Izabel, que a época ficava cerca de uma légua da cidade, o que não ameaçava a higiene pública, fato este que foi uma das razões do fechamento do Cemitério da Soledade.

Por outro lado, o Cemitério Santa Izabel começou a ganhar as feições que tem hoje a partir de 1890, quando pelo decreto 789 os cemitérios passaram a ser geridos pelo poder público e não eclesiástico, sendo assim passou da tutela da Santa Casa de Misericórdia para as mãos da Intendência (Prefeitura) Municipal de Belém. Na ocasião, o campo santo ganhou tamanho com várias desapropriações empreendidas pelo intendente Senador Antônio Lemos, bem como ganhou Capela que hoje conhecemos.

O Cemitério tem por Pórtico uma grande estrutura em ferro, onde inicia uma alameda ladeada por árvores e jazidos dos mais belos onde repousam a espera da ressurreição os restos de ilustres figuras, a alameda de cerca de 15 metros termina em uma capela gótica, onde dentro há um único nicho e ao centro um apoio para se colocar o féretro para a encomendação.

Apesar de atualmente a área ao redor do cemitério ser densamente povoada, este continua em franco funcionamento, já tendo ultrapassado a marca de um século, o que o coloca bem a frente de seu antecessor.

Capela do Cemitério - início do séc. XX
Fontes:


Albúm de Belém-Pará. Belém: Edição F. A . Fidanza, 1902.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Hinos - Veni Creator Spiritus



Veni Creator Spiritus (Vem Espírito Criador) é um hino da Igreja Católica cantado em honra do Espírito Santo e composto por Rabano Mauro, no século IX. O hino é entoado pelos cardeais quando entram para o Conclave e nas cerimónias litúrgicas relacionadas com o culto do Espírito Santo. Embora existam variantes e traduções para várias línguas, o texto latino do hino, na versão do Liber Usualis, é o seguinte:

Veni Creator Spiritus,
Mentes tuorum visita,
Imple superna gratia,
Quae tu creasti, pectora.

Qui Paraclitus diceris,
Altissimi donum Dei,
Fons vivus, ignis, caritas,
Et spiritalis unctio.

Tu septiformis munere,
Digitus Paternae dexterae,
Tu rite promissum Patris,
Sermone ditans guttura.

Accende lumen sensibus,
Infunde amorem cordibus,
Infirma nostri corpis
Virtute firmans perpeti.

Hostem repellas longius,
Pacemque dones protinus;
Ductore sic te praevio,
Vitemus omne noxium.

Per te sciamus da Patrem
Noscamus atque Filium;
Teque utriusque Spiritum
Credamus omni tempore.

Deo Patri sit gloria,
Et Filio, qui a mortuis
Surrexit, ac Paraclito
In saeculorum saecula.
Amen.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Novos Cardeais


ANÚNCIO DO CONSISTÓRIO
PARA A CRIAÇÃO DE NOVOS CARDEAIS

E agora, com grande alegria, anuncio que no próximo dia 18 realizarei um Consistório, no qual nomearei 22 novos Membros do Colégio Cardinalício.

Como se sabe, os Cardeais têm a tarefa de ajudar o Sucessor de Pedro no cumprimento do seu Ministério de confirmar os irmãos na fé e de ser princípio e fundamento da unidade e da comunhão da Igreja.
Eis os nomes dos novos Purpurados:


1. D. Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos;


2. D. Manuel Monteiro de Castro, Penitenciário-Mor;


3. D. Santos Abril y Castelló, Arcipreste da Basílica Papal de Santa Maria Maior;


4. D. Antonio Maria Vegliò, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes;


5. D. Giuseppe Bertello, Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e Presidente do Governatorado do mesmo Estado;


6. D. Francesco Coccopalmerio, Presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos;


7. D. João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica;


8. D. Edwin Frederik O'Brien, Pró-Grão-Mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém;


9. D. Domenico Calcagno, Presidente da Administração do Património da Sé Apostólica;


10. D. Giuseppe Versaldi, Presidente da Prefeitura para os Assuntos Económicos da Santa Sé;


11. Sua Beatitude George Alencherry, Arcebispo-Mor de Ernakulam-Angamaly dos Sírio-Malabares (Índia);


12. D. Thomas Christopher Collins, Arcebispo de Toronto (Canadá);


13. D. Dominik Duka, Arcebispo de Praga (República Checa);


14. D. Willem Jacobus Eijk, Arcebispo de Utrecht (Países Baixos);


15. D. Giuseppe Betori, Arcebispo de Florença (Itália);


16. D. Timothy Michael Dolan, Arcebispo de Nova Iorque (Estados Unidos da América);


17. D. Rainer Maria Woelki, Arcebispo de Berlim (República Federal da Alemanha);


18. D. John Tong Hon, Bispo de Hong Kong (República Popular Chinesa).

Além disso, decidi elevar à dignidade cardinalícia um venerado Prelado, que desempenha o seu ministério de Pastor e Padre de uma Igreja, e três beneméritos Eclesiásticos, que se distinguiram pelo seu compromisso ao serviço da Igreja.
Eles são:


1. Sua Beatitude Lucian Mureşan, Arcebispo-Mor de Făgăraş e Alba Iulia dos Romenos (Roménia);


2. Mons. Julien Ries, Sacerdote da Diocese de Namur e Professor emérito de história das religiões na Universidade Católica de Lovaina;


3. Pe. Prosper Grech, O.S.A., Docente emérito de várias Universidades romanas e Consultor na Congregação para a Doutrina da Fé;


4. Pe. Karl Becker, S.J., Docente emérito da Pontifícia Universidade Gregoriana, durante muitos anos Consultor da Congregação para a Doutrina da Fé.

Os novos Cardeais provêm de várias partes do mundo, que ouvistes, e desempenham diversos ministérios ao serviço da Santa Sé ou em contacto directo com os fiéis, como Padres e Pastores de Igrejas particulares.

Gostaria de convidar todos a rezar pelos novos eleitos, pedindo a intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, a fim de que saibam testemunhar sempre com coragem e dedicação o seu amor a Cristo e à sua Igreja.

Angelus Domini….

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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Santa Maria de Belém - 396 anos




"Foi sob o patrocínio de Nossa Senhora da Graça que, por obra de intrépidos Religiosos, aqui se fundou uma comunidade cristã, depois Diocese, de onde se irradiou, não sem dificuldades, o Evangelho de Cristo para esta parte norte do Brasil. E ela, a Mãe da Graça divina, acompanhava os missionários neste seu empenho e esforço e estava com a Mãe Igreja – da qual é o protótipo, o modelo e a suprema expressão  nos inícios da sua implantação nestas terras abençoadas: abençoadas por Deus Criador, com as riquezas e belezas naturais que nos maravilham; e abençoadas por Cristo Redentor, depois, com os bens da Salvação por Ele operada, e que nós agora aqui celebramos." Beato João Paulo II, homilia proferida no dia 8 de julho de 1980 em nossa cidade.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Nunciatura Apostólica fica Vacante


Na manhã de hoje foi anunciada a saída de Sua Excelência D. Lorenzo Baldisseri da nunciatura apostólica do Brasil, o prelado assumirá o cargo de secretário da Congregação dos Bispos na Cúria Romana.

Breve Cronologia de D. Lorenzo:


Nasceu: 29/09/1940, em San Pietro in Campo (Itália)

Ordenação: 29/06/1963, por Dom Ugo Camozzo (Arcebispo de Pisa).

Sagração: 07/03/1992, pelo Cardeal Ângelo Sodano (Secretário de Estado da Santa Sé).

Arcebispo Titular de Diocletiana (15/01/1992 – Atual)

Núncio Apostólico no Haiti (15/01/1992 – 06/04/1995)

Núncio Apostólico no Paraguai (06/04/1995 – 19/06/1999)

Núncio Apostólico na India (19/06/1999 – 12/11/2002)

Núncio Apostólico no Nepal (23/06/1999 – 12/11/2002)

Núncio Apostólico no Brasil (12/11/2002 – 11/01/2012)

Secretário da Congregação dos Bispos (11/01/ 2012 – Atual)


Clique aqui para ver a nomeação


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Retrospectiva 2011

No início de um novo ano civil, em todo o mundo, as pessoas desejam, umas às outras, um novo tempo. Saúde, paz, realizações, dinheiro e prosperidade são os principais desejos nesse período. Para a Arquidiocese de Belém o momento e propício para olhar o passado e avaliar a caminhada da igreja na capital paraense. Novas paróquias, novos padres, religiosos e missionários, projetos como “Belém em Missão” e “Belém a Casa do Pão” são alguns dos retratos pendurados na parede da memória dos fiéis católicos da cidade das mangueiras.

"Para nós, 2011 foi um ano muito fecundo. Muitas atividades pastorais, muito trabalho do clero, do povo de Deus, dos grupos, organizações da Igreja; todo mundo trabalhou muito. É bom quando a gente trabalha. É bom terminar o ano com um sadio cansaço", diz o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa. 

Segundo ele, à medida em que a Igreja se expandiu em 2011, os desafios também aumentaram. "A pastoral da Igreja é muito dinâmica. Ela se organiza a partir do desafio da evangelização", explica. Para vencer esses desafios, a Igreja cria os meios que, segundo Dom Alberto, são diversos. "O projeto Belém e Missão é um exemplo. Ele é um método de evangelização criado pela nossa Arquidiocese", esclarece.

Confira abaixo a retrospectiva da Arquidiocese de Belém:
Janeiro

- Dom Alberto Taveira recebe Título de "Cidadão do Pará", em cerimônia realizada na Assembléia Legislativa do Estado.
- Instalação da Paróquia São José.
- Paróquias acolheram novos párocos. Em Santa Luzia, Padre Fábio Quintal e Sebastião, Padre Joel Lopes. 

Fevereiro

- Papa Bento XVI anuncia nome do novo Bispo Auxiliar de Belém. Padre Teodoro Mendes Tavares, de 47 anos, nascido em Cabo Verde, tornaria-se o primeiro bispo africano no Brasil.
- Benguí recebe novo pároco. Padre Romeu Ferreira assumiu a Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz.
- Catedral inaugura Cine Pastoral.
- Instalada a Paróquia Cristo Peregrino.

Março

- Quarta-feira de Cinzas marca início da Quaresma e lançamento da Campanha da Fraternidade 2011, com o tema: "Fraternidade e vida no planeta".
- Lançada a 1ª Jornada Vocacional da Arquidiocese de Belém, com o tema: "Chamados à vida".
- Lançamento do livro "Peregrinos", de Dom Alberto Taveira Corrêa. 
- Arquidiocese cria mais duas paróquias: Sagrado Coração Eucarístico de Jesus e Divina Misericórdia.
- Dom Alberto Taveira comemora seu primeiro ano de governo episcopal na Arquidiocese.

Abril

- A comunidade católica celebrou os mistérios na Semana Santa.
- A comunidade Mar a Dentro adquire um barco para o trabalho de evangelização nas ilhas de Belém.

Maio

- João Paulo II é proclamado pela a Igreja Católica como beato.
- Rádio Nazaré FM comemora seus 15 anos de existência.
- Irmã Dulce foi beatificada em celebração na capital baiana.

Junho

- Chega a Belém o novo Bispo Auxiliar da Arquidiocese, Dom Teodoro Mendes.
- Igreja Católica celebra 60 anos de sacerdócio do Papa Bento XVI.
- Vigília Eucarística em Belém com 60 horas ininterruptas reúne fiéis na Catedral.
- Dez novos padres foram ordenados para reforçar o serviço na Arquidiocese de Belém.
- A Festa de Corpus Christi, lota o Estádio do Mangueirão. O Bispo Auxiliar foi apresentado oficialmente aos fiéis pelo Arcebispo.

Julho

- Jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, completa 100 anos de existência à serviço da evangelização.
- Conselho de Administração da Fundação Populorum Progressio, ligado ao Vaticano, reuniu-se no Pará.

Setembro

- Rio de Janeiro recebeu a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.
- Entra no ar o sinal digital da TV Nazaré para Belém.

Outubro

- Círio de Nossa Senhora de Nazaré reuniu na capital paraense cerca de dois milhões e duzentos mil devotos pelas ruas.
- Divulgado o tema da Campanha da Fraternidade 2012: "Que a saúde e difunda sobre a terra" (cf. eclo 38,8).
A Basílica Santuário celebra 102 anos de sua construção com reforma do órgão.

Novembro

- Apresentado o nome de Kleber Vieira como novo Diretor Coordenador da Festa de Nazaré. O novo diretor foi empossado pelo Arcebispo no dia 09 de dezembro.

Dezembro

- Arquidiocese recebe a visita da imagem peregrina de São Benedito de Bragança.
- Dom Flávio Giovenalle eleito Coordenador da Cáritas Nacional em encontro realizado em Santa Catarina.
- Prelazia de Óbidos foi elevada à categoria de Diocese pela Santa Sé.



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Solenidade da Epifania do Senhor

HOMILIA DO PAPA BENTO XVI

Basílica Vaticana

Sexta-feira, 6 de Janeiro de 2012


Queridos irmãos e irmãs,
A Epifania é uma festa da luz. «Ergue-te, Jerusalém, e sê iluminada, que a tua luz desponta e a glória do Senhor está sobre ti» (Is 60, 1). Com estas palavras do profeta Isaías, a Igreja descreve o conteúdo da festa. Sim, veio ao mundo Aquele que é a Luz verdadeira, Aquele que faz com que os homens sejam luz. Dá-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (cf. Jo 1, 9.12). Para a liturgia, o caminho dos Magos do Oriente é só o início de uma grande procissão que continua ao longo da história inteira. Com estes homens, tem início a peregrinação da humanidade rumo a Jesus Cristo: rumo àquele Deus que nasceu num estábulo, que morreu na cruz e, Ressuscitado, permanece connosco todos os dias até ao fim do mundo (cf. Mt 28, 20). A Igreja lê a narração do Evangelho de Mateus juntamente com a visão do profeta Isaías, que escutámos na primeira leitura: o caminho destes homens é só o início. Antes, tinham vindo os pastores – almas simples que habitavam mais perto de Deus feito menino, podendo mais facilmente «ir até lá» (cf. Lc 2, 15) ter com Ele e reconhecê-Lo como Senhor. Mas agora vêm também os sábios deste mundo. Vêm grandes e pequenos, reis e servos, homens de todas as culturas e de todos os povos. Os homens do Oriente são os primeiros, seguidos de muitos outros ao longo dos séculos. Depois da grande visão de Isaías, a leitura tirada da Carta aos Efésios exprime, de modo sóbrio e simples, a mesma ideia: os gentios partilham da mesma herança (cf. 3, 6). Eis como o formulara o Salmo 2: «Eu te darei as nações por herança, e os confins da terra para teu domínio» (v. 8).

Os Magos do Oriente vão à frente. Inauguram o caminho dos povos para Cristo. Durante esta Missa, vou conferir a Ordenação Episcopal a dois sacerdotes, consagrá-los-ei Pastores do povo de Deus. Segundo palavras de Jesus, caminhar à frente do rebanho faz parte da função do Pastor (cf. Jo 10, 4). Por isso naqueles personagens, que foram os primeiros pagãos a encontrar o caminho para Cristo, talvez possamos – não obstante todas as diferenças nas respectivas vocações e tarefas – procurar indicações para a missão dos Bispos. Que tipo de homens eram os Magos? Os peritos dizem-nos que pertenciam à grande tradição astronómica que se fora desenvolvendo na Mesopotâmia no decorrer dos séculos, e era então florescente. Mas esta informação, por si só, não é suficiente. Provavelmente haveria muitos astrónomos na antiga Babilónia, mas poucos, apenas estes Magos, se puseram a caminho e seguiram a estrela que tinham reconhecido como sendo a estrela da promessa, ou seja, a que indicava o caminho para o verdadeiro Rei e Salvador. Podemos dizer que eram homens de ciência, mas não apenas no sentido de quererem saber muitas coisas; eles queriam algo mais. Queriam entender o que é que conta no facto de sermos homens. Provavelmente ouviram falar da profecia de Balaão, um profeta pagão: «Uma estrela sai de Jacob, e um cetro se levanta de Israel» (Nm 24, 17). Eles aprofundaram esta promessa. Eram pessoas de coração inquieto, que não se satisfaziam com aparências ou com a rotina da vida. Eram homens à procura da promessa, à procura de Deus. Eram homens vigilantes, capazes de discernir os sinais de Deus, a sua linguagem subtil e insistente. Mas eram também homens corajosos e, ao mesmo tempo, humildes: podemos imaginar as zombarias que tiveram de suportar quando se puseram a caminho para ir ter com o Rei dos Judeus, enfrentando canseiras sem número. Mas, não consideravam decisivo o que se pensava ou dizia deles, mesmo pelas pessoas influentes e inteligentes. Para eles o que contava era a própria verdade, não a opinião dos homens. Por isso, enfrentaram as privações e o cansaço dum caminho longo e incerto. Foi a sua coragem humilde que lhes permitiu prostrar-se diante dum menino filho de gente pobre e reconhecer n’Ele o Rei prometido, cuja busca e reconhecimento fora o objectivo do seu caminho exterior e interior.

Queridos amigos, em tudo isto é possível ver alguns traços essenciais do ministério episcopal. Também o Bispo deve ser um homem de coração inquieto, que não se satisfaz com as coisas rotineiras deste mundo, mas segue a inquietação do coração que o impele interiormente a aproximar-se sempre mais de Deus, a procurar o seu Rosto, a conhecê-Lo cada vez melhor, para poder amá-Lo sempre mais. Também o Bispo deve ser um homem de coração vigilante que percebe a linguagem subtil de Deus e sabe discernir a verdade da aparência. Também o Bispo deve estar repleto da coragem da humildade, que não se interessa do que a opinião dominante diz dele, mas por critério toma a medida da verdade de Deus, comprometendo-se com ela «opportune – importune». Deve ser capaz de ir à frente indicando o caminho. Deve ir à frente seguindo Aquele que a todos nos precedeu, porque é o verdadeiro Pastor, a verdadeira estrela da promessa: Jesus Cristo. E deve ter a humildade de prostrar-se diante daquele Deus que Se tornou tão concreto e tão simples que contradiz o nosso orgulho insensato, que não quer ver Deus assim perto e pequenino. Deve viver a adoração do Filho de Deus feito homem, aquela adoração que lhe indica sem cessar o caminho.

A liturgia da Ordenação Episcopal exprime o essencial deste ministério em oito perguntas dirigidas aos Ordenandos, que começam sempre com a palavra: «Vultis? – Quereis?». As perguntas orientam a vontade e indicam-lhe o caminho a tomar. Gostaria de mencionar aqui, brevemente, algumas das palavras-chave desta orientação, nas quais se concretiza aquilo que há pouco reflectimos a partir dos Magos que aparecem na festa de hoje. A missão dos Bispos é «praedicare Evangelium Christi», «custodire», «dirigere», «pauperibus se misericordes praebere», «indesinenter orare». O anúncio do Evangelho de Jesus Cristo, guardar o depósito sagrado da nossa fé, ir à frente e guiar, a misericórdia e a caridade para com os necessitados e os pobres nas quais se reflecte o amor misericordioso de Deus para connosco e, finalmente, a oração contínua são características fundamentais do ministério episcopal. A oração contínua significa nunca perder o contacto com Deus, deixar-se tocar sempre por Ele no íntimo do nosso coração e deste modo sermos permeados pela sua luz. Só quem conhece a Deus pessoalmente é que pode guiar os outros para Deus. E só quem guia os homens para Deus é que os guia pela estrada da vida.

O coração inquieto, de que falámos inspirando-nos em Santo Agostinho, é o coração que, em última análise, não se satisfaz com nada menos do que Deus e é, precisamente assim, que se torna um coração que ama. O nosso coração vive inquieto por Deus, e não pode ser doutro modo, embora hoje se procure, com «narcóticos» muito eficazes, libertar o homem desta inquietação. Mas não somos só nós, seres humanos, que vivemos inquietos relativamente a Deus. Também o coração de Deus vive inquieto relativamente ao homem. Deus espera-nos. Anda à nossa procura. Também Ele não descansa enquanto não nos tiver encontrado. O coração de Deus vive inquieto, e foi por isso que se pôs a caminho até junto de nós – até Belém, até ao Calvário, de Jerusalém até à Galileia e aos confins do mundo. Deus vive inquieto connosco, anda à procura de pessoas que se deixem contagiar por esta sua inquietação, pela sua paixão por nós; pessoas que vivem a busca que habita no seu coração e, ao mesmo tempo, se deixam tocar no coração pela busca de Deus a nosso respeito. Queridos amigos, foi esta a missão dos Apóstolos: acolher a inquietação de Deus pelo homem e levar o próprio Deus aos homens. E, seguindo os passos dos Apóstolos, esta é a vossa missão: deixai-vos tocar pela inquietação de Deus, a fim de que o anseio de Deus pelo homem possa ser satisfeito.

Os Magos seguiram a estrela. Através da linguagem da criação, encontraram o Deus da história. É certo que a linguagem da criação, por si só, não é suficiente. Apenas a Palavra de Deus, que encontramos na Sagrada Escritura, podia indicar-lhes definitivamente o caminho. Criação e Escritura, razão e fé devem dar-se as mãos para nos conduzirem ao Deus vivo. Muito se discutiu sobre o tipo de estrela que guiou os Magos. Pensa-se numa conjunção de planetas, numa Supernova, ou seja, uma daquelas estrelas inicialmente muito débeis que, na sequência duma explosão interna, irradia por algum tempo um imenso esplendor, num cometa, etc. Deixemos que os cientistas continuem esta discussão. A grande estrela, a verdadeira Supernova que nos guia é o próprio Cristo. Ele é, por assim dizer, a explosão do amor de Deus, que faz brilhar sobre o mundo o grande fulgor do seu coração. E podemos acrescentar: tanto os Magos do Oriente, mencionados no Evangelho de hoje, como os Santos em geral pouco a pouco tornaram-se eles mesmos constelações de Deus, que nos indicam o caminho. Em todas estas pessoas, o contacto com a Palavra de Deus provocou, por assim dizer, uma explosão de luz, através da qual o esplendor de Deus ilumina este nosso mundo e nos indica o caminho. Os Santos são estrelas de Deus, pelas quais nos deixamos guiar para Aquele por quem o nosso ser anseia. Queridos amigos, vós seguistes a estrela que é Jesus Cristo, quando dissestes o vosso «sim» ao sacerdócio e ao ministério episcopal. E certamente brilharam para vós também estrelas menores, que vos ajudaram a não errar o caminho. Na Ladainha dos Santos, invocamos todas estas estrelas de Deus, a fim de que brilhem sempre de novo para vós e vos indiquem o caminho. Com a Ordenação Episcopal, vós mesmos sois chamados a ser estrelas de Deus para os homens, guiando-os pelo caminho que leva à verdadeira Luz: Cristo. Invoquemos, pois, agora todos os Santos, para que possais corresponder sempre a esta vossa missão mostrando aos homens a luz de Deus. Amen.


© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana

Imagens da Santa Missa:






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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Natal em nossas Paróquias

Região Episcopal: Santana


Paróquia: Santíssima Trindade


Presidente da Celebração: Dom Vicente Joaquim Zico, CM (Arcebispo-Emérito de Belém)

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