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Sobre a Igreja - Igreja Triunfante, Militante e Padecente
Continuando nossos estudos acerca da natureza da Igreja, abordaremos neste texto o seguinte tema: Igreja Triunfante, Militante e Padecente. Mas para tal, lembremo-nos do tema que tratamos na postagem passada: Igreja Corpo Místico de Cristo, pois o entendimento de tal característica da Igreja é importantíssimo para a compreensão do tema que ora discutimos, pois “Todos os que são de Cristo e têm o Seu Espírito, estão unidos numa só Igreja e ligados uns aos outros n'Ele. E assim, de modo nenhum se interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que adormeceram na paz de Cristo”[1], de fato amigos pelas águas batismais todos estamos unidos a Cristo e uns aos outros, de tal modo que a Igreja é uma só, quer para aqueles que vivem na “Jerusalém celeste”, quer para aqueles que aqui na terra peregrinam, quer para aquelas almas a purificar-se no purgatório.
Por outro lado, pode-se diferenciar a Igreja em Triunfante, Militante e Padecente, pois “enquanto o Senhor não vier na Sua majestade e todos os Seus anjos com Ele, e, vencida a morte, tudo Lhe for submetido, dos Seus discípulos uns peregrinam sobre a terra, outros, passada esta vida, são purificados, outros, finalmente, são glorificados e contemplam ‘claramente Deus trino e uno, como Ele é’; todos, porém, comungamos, embora em modo e grau diversos, no mesmo amor de Deus e do próximo, e todos entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de louvor”[2].
A Igreja Triunfante, como próprio nome pressupõe, é composta por aqueles nossos irmãos mortos, que pela graça de Deus e pela vida que levaram, já gozam das delícias celestes constituindo-se exemplos da vida para nós que ainda peregrinamos, e sendo eles dia e noite a contemplar e glorificar a majestade divina intercedem por nós no céu. Desta Forma “a vida daqueles que fielmente seguiram a Cristo, é um novo motivo que nos entusiasma a buscar a cidade futura e, ao mesmo tempo, nos ensina um caminho seguro, pelo qual, por entre as efêmeras realidades deste mundo e segundo o estado e condição próprios de cada um, podemos chegar à união perfeita com Cristo, na qual consiste a santidade. É sobretudo na vida daqueles que, participando conosco da natureza humana, se transformam, porém, mais perfeitamente à imagem de Cristo, (cfr. 2 Cor. 3,18) que Deus revela aos homens, de maneira mais viva, a Sua presença e a Sua face”.[3]
A Igreja Militante, somos nós, que ainda estamos na caminhada em busca da “Jerusalém Celeste”. Por outro lado, através da “Liturgia da terra participamos, saboreando já, a Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual, como peregrinos nos dirigimos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo; por meio dela cantamos ao Senhor um hino de glória com toda a milícia do exército celestial, esperamos ter parte e comunhão com os Santos cuja memória veneramos, e aguardamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até Ele aparecer como nossa vida e nós aparecermos com Ele na glória”[4].
E Por Fim a Igreja Padecente, que se constitui daquelas almas que assim como nós, já aqui peregrinaram, mas pela vida que levaram não puderam entrar na glória celestial, mas Deus em sua inefável misericórdia, não quis perdê-las e por isso elas passam por um tempo onde tem uma nova chance de se purificar para participarem da glória celeste, e por elas devemos rezar, para terem suas culpas expiadas. Desta forma, “Reconhecendo claramente esta comunicação de todo o Corpo místico de Cristo, a Igreja dos que ainda peregrinam, cultivou com muita piedade desde os primeiros tempos do Cristianismo a memória dos defuntos”, crendo que um dia gozaram dos prêmios celestes.[5]____________________
Notas
[1] Conc. V. II, Constituição Lumem Gentium, nº 49, 1964
[2] Ibidem, nº 49
[3] Ibidem, nº 50
[4] Conc. V. II, Constituição Sacrosantum Concilium, nº 8, 1963
[5] Conc. V. II, Constituição Lumem Gentium, nº 50, 1964
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