terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Canto ou Recitação do Te Deum

Por: Departamento de Liturgia

Em sua rica Liturgia, dispõe a Santa Igreja de hinos próprios para cada ocasião. Conheçamos um pouco do cântico de ação de graças por excelência, o "Te Deum", pelo qual a Mãe Igreja exprime seu louvor e gratidão ao "Deus de imensa majestade".
[...] Te Deum é um Cântico de arrebatadora beleza, tanto pela admirável evocação da Igreja triunfante e militante, como pela efusiva proclamação dos atributos e benefícios divinos. A origem do canto parece não ser fácil de traçar, já que são contraditórias as hipóteses que se vão apresentando pela crítica e historiografia religiosas. A hipóteses mais famosa, mais simbólica do que científica (e talvez por isso mais interessante), reporta o Te Deum ao século IV, mais precisamente ao ano 387, na altura da cerimônia do batismo de Santo Agostinho, Bispo de Hipona, que terá, com Santo Ambrósio, composto em alternância o hino para a própria cerimônia. Esta hipótese é confirmada, inclusive, pelo nome pelo qual o hino é tradicionalmente tratado “Hino Ambrosino” e pela inscrição no Breviário Romano que o identifica: “Hymnus SS. Ambrosii et Augustini” (“Hino dos Santos Ambrósio e Agostinho”).
O Te Deum é comumente cantado como ação de graças no último dia do ano civil (e outros dias de festa), e consta de um canto tradicional originalmente em gregoriano, podendo ser recitado, em latim ou em vernáculo mesmo. Para que não seja apenas uma recitação simples, pode ser realizado durante a Exposição do Santíssimo Sacramento ao fim da celebração litúrgica.
As comunidades cristãs do mundo todo se reunirão no próximo dia 31 (último dia do ano civil), para entoar solenemente este hino, por ocasião das Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima, que será celebrado pelo Papa Bento XVI na Basílica Vaticana. Sobre este belo costume, o Papa Bento XVI afirma: 
[...] Deus "fez-Se como nós, para nos fazer como Ele: filhos no Filho, portanto, homens livres da lei do pecado. Não é este porventura um motivo fundamental para elevar a Deus a nossa ação de graças? Uma ação de graças que não pode deixar de ser ainda mais motivada no final de um ano, considerando os numerosos benefícios e a sua assistência constante que pudemos experimentar no arco dos doze meses transcorridos".¹
Há um costume de se encerrar a Santa Missa em Ação de Graças pelo ano transcorrido, com a solene Adoração ao Santíssimo Sacramento, para isso o espaço celebrativo e os paramentos litúrgicos que serão utilizados na Santa Missa e na Adoração, devem ser Solene: presbítero ou diácono com os paramentos adequados -  túnica ou alva, cíngulo, casula e Pluvial, para o padre, dalmáticas para os diáconos e o véu umeral para o ministro que dará a benção. A cor dos paramentos deve ser branca ou festiva.
Antes de conceder a bênção, o sacerdote (com  a pluvial), de pé diante do Santíssimo, inicia o canto ou a recitação do Te Deum (feita pelo Padre, Diácono ou um solista), e só depois é entoando o Tantum Ergo (Tão Sublime Sacramento), finalizando com a Benção final com o Santíssimo Sacramento.
A melhor escolha, se deseja-se cantar com a participação do povo, é utilizar o tom simples ou modo romano. Oferecemos a partitura gregoriana, a partitura moderna e o mp3 do "Te Deum”. E abaixo a versão em vernáculo: 




TE DEUM (Português)

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos. 
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;
A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.
A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,
A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,
A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,
Ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objecto das nossa a adorações,
Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.
Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente!
Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes
não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!
Vós, vencedor do estímulo da morte,
abristes aos fiéis o Reino dos Céus,
Vós estais sentado à direita de Deus,
no glorioso trono do vosso Pai!
Nós cremos e confessamos firmemente
que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.
A Vós portanto rogamos que socorrais os vossos servos
a quem remistes como vosso preciosíssimo Sangue.
Fazei que sejamos contados na eterna glória,
entre o número dos vossos Santos.
Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,
E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.
Todos os dias Vos bendizemos
E esperamos glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia
e sempre sem pecado.
Tende compaixão de nós, Senhor,
compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia,
pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.

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Nota:
[1] Homilia do Papa Bento XVI (31/12/2007).

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