Missa de Posse de Dom Alberto |
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Um ano da Nomeação de Dom Alberto Taveira Corrêa
Hoje na ultima edição do ano do jornal voz de Nazaré, foi publicada a entrevista de Dom Alberto Taveira, na qual ele faz um balanço do que viu e fez, durante seu primeiro ano na igreja particular de Belém. Abaixo publicamos a entrevista na integra:
O Arcebispo nota 10
O décimo arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, comemora um ano da nomeação para o cargo.
Entre as lembranças de 2010, a Arquidiocese de Belém guarda uma especial: a chegada do 10º Arcebispo, Dom Alberto Taveira Corrêa, mineiro, vindo da Arquidiocese de Palmas (TO). Em quase um ano de administração pastoral, ele ordenou dez padres, 33 diáconos permanentes, instaurou três novas paróquias (e no início de 2011serão mais duas), já visitou todas as paróquias da Arquidiocese e as 38 ilhas que compõem a região da Grande Belém. Assim como o vigor pastoral as missões do Arcebispo crescem a cada dia. Dom Alberto conversou com a Voz de Nazaré sobre o trabalho já realizado e sobre os próximos passos da Arquidiocese de Belém.
No dia 30 de dezembro o senhor completa um ano como arcebispo nomeado de Belém. No começo, o senhor falou muito sobre "conhecer" a Arquidiocese, como foi esse ano de conhecimento?
Primeiro eu tenho que dizer que valeu a pena, acho que o que disse na minha posse, a minha liberdade está na obediência, saber que Deus tinha um caminho de realização, de felicidade, aqui na Arquidiocese de Belém, eu estava pronto na minha vida a ficar onde quer que o Senhor me colocasse. Quando pela palavra do Papa Bento XVI foi dito Belém é o seu lugar eu deixei todas as coisas. A partir da minha posse pude logo viver a Semana Santa, comecei a visitar as paróquias, nasceu uma ideia muito bonita com cada uma das regiões episcopais, nos pegamos um micro-ônibus com todos os padres da região e em pouquíssimo tempo eu visitei todas as paróquias, não quer dizer celebrar em todas as paróquias faltam ainda duas paróquias apenas para eu celebrar. Nesses nove meses eu visitei todas as paróquias, fui a todas às casas com os sacerdotes, então é conhecer. Aí comecei a celebrar, visitei todas as escolas católicas, todas as Universidades, hoje posso dizer que conheço Belém. Uma pessoa uma vez me disse: "o senhor gosta de dirigir". Digo que gosto mesmo, quando necessário há o motorista, mas eu gosto porque aonde vou dirigindo eu conheço o local. Visitei escolas, visitei hospitais, visitei todas as penitenciárias, foi um contato muito grande com as pessoas.
Durante sua primeira visita qual foi o primeiro desafio que lhe pareceu mais iminente?
Estar atento à história dessa Igreja, porque a Igreja em Belém não foi inventada com a minha chegada, ela tem como vida eclesial quase 400 anos, como Arquidiocese ela vai completar 300 anos em 2019, mas eu tinha que conhecer, porque eu entro nesse rio bonito da história com valores, com práticas, plano de pastoral realizado, iniciativas, vida de sacerdotes, tanta coisa linda que foi construída aqui, então desafio era esse o conhecimento. Ao mesmo tempo eu não podia ficar parado aguardando conhecer, porque no dia seguinte à posse você começa a trabalhar, então você tem que imediatamente entrar em contato com as pessoas. Este conhecimento ocorreu mais rápido do que eu pensava, por exemplo, conhecer todos os sacerdotes, saber pelo nome, conhecer um pouco da história de cada um, nosso Senhor me deu essa graça muito cedo, muito rapidamente eu conheci todas as pessoas que trabalham comigo. Às vezes no contato com as paróquias nem sempre eu me recordo dos nomes, mas eu sou fisionomista.
Em relação às vocações, como o senhor enfrentou esse desafio?
A minha história de vida está sempre ligada ao trabalho com as vocações. Eu fui reitor do seminário em Belo Horizonte (MG) formei 55 sacerdotes. A Pastoral Vocacional, o esquema de Pastoral Vocacional pela CNBB nasceu em Belo Horizonte. Aqui estamos trabalhando seriamente com a Pastoral Vocacional. A primeira coisa que eu senti que deveria fazer aqui era organizar a equipe de formação no Seminário, logo em seguida assumi o desafio que já tinha sido criado anteriormente e trabalhar para a criação da Universidade Católica, estamos já com uma comissão trabalhando nessa dimensão, porque a formação sacerdotal será dentro do ambiente universitário. Este ano tivemos dez ordenações sacerdotais e eu acolhi aqui a comunidade Obra de Maria, no dia 26 de janeiro, ordenarei mais sete sacerdotes, dois deles irão trabalhar aqui na Fundação Nazaré de Comunicação, outros serão missionários, inclusive, na Amazônia. Dos dez que ordenei, nove são nascidos aqui apenas um é de Minas Gerais, o padre José Reinaldo, mas que vive em Belém há muitos anos. Ordenei também um sacerdote capuchinho frei Manoel, dessa forma tivemos muitas ordenações este ano. Um bispo em um ano ordenar 18 sacerdotes não é pouca coisa.
Instrumentos importantes da Arquidiocese de Belém são as pastorais sociais, instituições como a Cáritas. O que o senhor encontrou em relação ao trabalho social na Igreja de Belém?
Quando eu fui nomeado no dia 30 de dezembro de 2009 me ligaram daqui para fazer uma entrevista, longa, com muitas perguntas e me perguntaram o senhor vai continuar o trabalho realizado anteriormente pela Cáritas nas ilhas? Eu disse pelo menos me contem que existem ilhas. 'Quais são seus projetos?', eu não tinha projeto algum porque acabava de ser nomeado (risos). Meu projeto era conhecer e chegar aqui. Digo que encontrei aqui uma consciência muito bonita, muito interessante, capitaneada pela Cáritas, por outras entidades da nossa Arquidiocese, muitas obras sociais, de diversas paróquias, de congregações religiosas, uma coisa maravilhosa. Eu percebi que nos tínhamos alguns desafios sociais de presença da Igreja. Nós passamos de dois milhões de habitantes. Nós temos hoje 62 paróquias e nós temos hoje algo em torno de 33 mil habitantes por paróquia. Em termos de Pastoral urbana deveríamos chegar a ter mais ou menos 10 mil pessoas por Paróquia, para se ter uma margem boa de atenção pastoral, estamos longe disso, porque aí a Igreja tem que estar presente, conhecer as pessoas, ser presença de caridade, de anúncio do Evangelho, da comunhão, aí eu pensei Belém precisa atingir mais as pessoas, então é uma vertente que depois pode ser respondida em termos de paróquias. Há outra vertente que é a população insular, nós temos 38 ilhas, eu visitei todas elas, terminei há poucos dias a visita pastoral às ilhas. Atualmente nós temos uma Paróquia das ilhas, que é Nossa Senhora da Conceição com sede em Outeiro, e algumas ilhas que são assistidas por outras Paróquias, por exemplo, como o Curuçambá. Mais uma paróquia para as ilhas, com uma presença social muito forte, da parte da Cáritas, da parte do IDHI e de outras entidades, trabalhos de presença nessas ilhas. Então criamos, será instala no dia 16 de janeiro a segunda paróquia nas ilhas (São Francisco de Assis, em Cotijuba). Teremos a partir de agora quatro sacerdotes totalmente dedicados às ilhas, com as respectivas estruturas pastorais e sociais. Temos que estar presentes junto a essas pessoas que têm maiores necessidades. A Igreja quer estar presente contribuindo também para que se conscientize a sociedade, os organismos de governo, etc, sobre tantas coisas que podem ser feitas.
O senhor falou das ilhas, sabemos das distâncias, que tornam levar o Evangelho para todas as pessoas um desafio maior ainda, para isso temos nossos meios de comunicação da Fundação Nazaré, como o senhor os vê?
Eu tenho a Catedral, celebro na Catedral, celebro nas paróquias, mas vamos somar quantas pessoas eu atinjo na Catedral ou nas paróquias e quantas pessoas eu atinjo agora com essa entrevista. Eu quero dizer que a nossa Fundação Nazaré de Comunicação (FNC) é como uma imensa Catedral que cabe todo mundo. Toda a semana temos pessoas que nunca ouvem falar de Igreja e que começaram a ouvir falar através dos nossos veículos, é uma beleza que isso aconteça. E nós temos a responsabilidade porque a boa nova de Jesus será proclama sobre os tetos do mundo. Eu tenho me dedicado muito nesses anos de bispo a evangelizar através dos meios de comunicação, quero investir o meu tempo, as minhas energias, minha dedicação para que nós continuemos. Por falar nisso, nossos meios de comunicação, como todo respeito a todos os outros meios de comunicação que existem da Igreja no Brasil, mas conversando com bispos ou diretores de outras redes católicas e digo isso com um "santo orgulho" a nossa rede de comunicação é aquela que melhor consegue unir duas coisas: evangelização e capacidade de levar em conta a cultura regional e é por aí que nós temos que caminhar. Nós temos esse rosto, ser Amazônia e evangelizar a partir da Amazônia e ser uma força de evangelização efetiva. A nossa televisão é católica e ao mesmo tempo busca essa linguagem que é de atingir as pessoas do nosso tempo e da nossa cultura.
Tivemos a escolha de Belém como sede do Congresso Eucarístico 2016, já tivemos ações relacionadas a isso, como, por exemplo, as vigílias na Igreja das Mercês, futuro santuário de adoração perpétua, o próprio Belém em Missão. Que outras ações estarão voltadas para a preparação da cidade para receber o congresso? Qual o planejamento em relação a isso?
No início de 2011 vamos ter a constituição da comissão central. Essa comissão formará as diversas comissões na parte teológica, na parte pastoral, litúrgica, de recursos, tudo o que será necessário para o Congresso Eucarístico. Já temos mais ou menos pensando um grande esquema a partir das seis regiões episcopais, como rios que convergem em uma mesma direção. A região do Menino Deus vai ter como tema de preparação para o Congresso Eucarístico "A criança e a Catequese"; a região de São João Batista vai ter como tema a Evangelização; a região São Vicente de Paulo a dimensão da caridade e dos idosos; a região Santa Maria Goretti a Juventude; a região de Sant'Anna vai cuidar do tema da família; desta forma teremos cada uma das regiões que deverá aprofundar pastoralmente cada um dos temas, faremos essa convergência de temas. Eu incitei as Universidades, todas aceitaram e desencadearam processos de monografias e teses sobre a História da Igreja em Belém e também sobre temas ligados a Eucaristia, então faremos um aprofundamento acadêmico, faremos um trabalho pastoral, queremos até o final de 2011 ter o texto base, a parte teológica já redigida. As coisas já estão se encaminhando e até o final de 2011 teremos as diversas comissões constituídas, a fim de que elas a partir de 2012 já estejam efetivamente com mãos a obra para preparar o Congresso Eucarístico.
Fonte: Fundação Nazaré
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