quinta-feira, 1 de maio de 2014

Maio, mês de Maria

 
"Na verdade, é um mês em que, nos templos e entre as paredes domésticas, sobe dos corações dos cristãos até Maria a homenagem mais ardente e afetuosa da prece e da veneração. E é também o mês em que mais copiosos e mais abundantes descem até nós, do seu trono, os dons da misericórdia divina" Papa Paulo VI


Como é de conhecimento de todos nós, o mês de maio é o consagrado especialmente a Virgem Maria. Para que o vivamos em toda a sua profundidade é de fundamental importância entender a razão de tal consagração.

Primeiramente, o mês de maio é tido como o mês das flores na Europa, e vemos na literatura da idade média assimilações de tal mês com a Virgem Maria, destacando-se as Cantigas de Santa Maria de autoria do Rei Afonso X, que compreendem um conjunto de quatrocentas e vinte sete composições em galego-português. O Papa Pio VII foi o primeiro Sucessor de São Pedro a conferir ao mês de maio especiais indulgências, fazendo-o através da Constituição Apostólica Tanto Studio datada de 1803. Os papas posteriores vão confirmar esta devoção mariana, por exemplo, em 1897 o Papa Leão XIII assim se expressou na sua Encíclica Augustissimae Virginis Mariae: “Depois de havermos dedicado a esta divina Mãe o mês de Maio com o dom das nossas flores, consagremos-lhe também, com afeto de singular piedade, o mês de Outubro, que é mês dos frutos. De feito, parece justo dedicar estes dois meses do ano àquela que disse de si: "As minhas flores tornaram-se frutos de glória e de riqueza" (Eclo 24,23)”. 

No começo do século XX temos como que uma grande confirmação da própria virgem Maria da singularidade deste mês, quando em 1917, tempo de guerras e confusões, Maria se manifestou ao mundo através de humildes pastorinhos (Lúcia, Jacinto e Francisco) em Fátima, Portugal, convidando a todos a rezar diariamente o Terço pela paz no mundo e a conversão dos pecadores. O dia 13 de maio marcou o início das aparições, que se estenderam até 13 de outubro. Grande influência estes fatos tiveram para a instituição da festa litúrgica (hoje memória) do Imaculado Coração de Maria, estabelecido pelo Papa Pio XII em 1944 no decreto Cultus Liturgicus. A aparição da Virgem em Fátima foi um fato importante para a história da liturgia e da mariologia só comparável ao de Lourdes, na França. 

Já no ano de 1965, o Papa Paulo VI em sua Enciclica Mense Maio reafirma este mês como o dedicado a Virgem Maria, e pede a ela que interceda de modo particular por duas situações da vida eclesial e mundial daquele momento, primeiramente o Papa pede a Maria que interceda pela Concílio Vaticano II, e posteriormente pede que interceda pela paz no mundo ameaçada pela guerra Fria. 

Deste modo, celebrando a Virgem Maria neste mês tradicionalmente dedicado a sua memória, peçamos que por sua intercessão nossa vida seja sempre um campo repleto de flores e bons frutos, mas que não nos falte a dor dos espinhos próprios do seguimento a seu filho Jesus Cristo.

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