sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Mensagem da Semana
Trecho do Vexilla Regis, escrito na prisão da Ilha das Cobras
O espírito soberbo de satanás não compreendeu este mistério inefável da redenção do mundo pela humildade do sacrifício!
Não compreendeu que aquela cruz de madeira resumia um mundo! O mundo cristão, isto é, um mundo de almas castas, simples, humildes, pias, mortificadas, caridosas! – Um mundo novo, estranho, desconhecido das antigas filosofias, um complexo plasmoso de deveres novos, de novas relações com Deus e com os homens, de máximas extraordinárias que atordoam, que desconcertam a razão, que pareciam mesmo rematada loucura ao judeu e ao gentio, mas são a sabedoria mesma de Deus, revelada aos humildes no mistério da Cruz!
Ai! E quantos entres os mesmos cristãos ignoram esta filosofia sublime!
Quantos não compreendem a verdadeira significação do mistério da Redenção do mundo, pensando que esta redenção apenas na liberdade dada pelo cristianismo aos povos, na dignidade da mulher, na emancipação dos escravos, e em outros efeitos puramente extrínsecos e acidentais produzidos na ordem social!
Levanta-te, ó Cruz, na tua sublime realidade sobre os espíritos e os corações de todos os homens!
Levanta-te, lenho sacrossanto, Cruz gloriosa, a cujo poder nada resiste!
Tu, que apareceste objeto de horror e de ignorância, no alto do Gólgota, e após trezentos anos de lutas e embates cruéis, afrontando as tempestades, que levantaram contra ti todas as superstições, todos os preconceitos, todos os despotismos, te erguestes triunfante e radiosa sobre a vasta peanha do capitólio, marcando o centro universal da civilização;
Tu, que viste a teus pés humilhada a majestade dos Césares e de todas as pompas do paganismo;
Tu, que viste mansas, à tua sombra, as hordas bárbaras do setentrião;
Tu, que quebrastes a fúria e fizeste recuar espavorida a brutalidade dos filhos do Alcorão;
Tu, que assombraste, Cruz bendita, o berço das nações modernas, e lhes deste todo o esplendor da sua grandeza e da sua glória;
Tu, que viste arquejar impotentes, e expirar sucessivamente diante de ti, todos os cismas, todas as heresias, todas as impiedades, todas as injustiças, todas as usurpações, todas as violências, todas as imoralidades, todos os delírios, todas as revoluções!
Ó! Cruz imortal! Levante-te sobre o mundo presente dominado pelo mais abjeto naturalismo, e encaminha estas sociedades contemporâneas, tão revoltas e desvairadas, à paz tranquila de seus verdadeiros destinos!
E os séculos assombrados, vendo tua força divina, ó Cruz da redenção! Vendo o poder imenso que te sustem imóvel acima das revoluções dos povos e das ruínas, dos ímpios, cairão de joelhos exclamando:
“O Cristo Deus reinou do alto da Cruz”
“Regnavit e ligno Deus”
Por ti são os pecadores recebidos e em ti são justificados. O mundo em ti emparvece e se confunde, a soberba em ti é derrubada, é a humildade coroada.
Tu confirmaste os apóstolos, consagraste os mártires; santificaste todos os justos; alegras os anjos, sustentas e acrescentas a Igreja e povoas o paraíso.
Tu no dia de juízo virás diante de Jesus, para glória de seus filhos. Ó Cruz, Ó Cruz Santíssima! Abraço-te, com a esperança única do meu desterro – como meu farol no meio das trevas, como meu maior conforto nas atribulações, como minha segurança nos perigos, como meu alento nos trabalhos, como meu amparo nas precisões, como minha força nos desalentos, como o penhor preciosissimo de minha eterna bem-aventurança.
Dom Antônio de Macêdo Costa, 10˚ Bispo do Pará (1860-1890)
O espírito soberbo de satanás não compreendeu este mistério inefável da redenção do mundo pela humildade do sacrifício!
Não compreendeu que aquela cruz de madeira resumia um mundo! O mundo cristão, isto é, um mundo de almas castas, simples, humildes, pias, mortificadas, caridosas! – Um mundo novo, estranho, desconhecido das antigas filosofias, um complexo plasmoso de deveres novos, de novas relações com Deus e com os homens, de máximas extraordinárias que atordoam, que desconcertam a razão, que pareciam mesmo rematada loucura ao judeu e ao gentio, mas são a sabedoria mesma de Deus, revelada aos humildes no mistério da Cruz!
Ai! E quantos entres os mesmos cristãos ignoram esta filosofia sublime!
Quantos não compreendem a verdadeira significação do mistério da Redenção do mundo, pensando que esta redenção apenas na liberdade dada pelo cristianismo aos povos, na dignidade da mulher, na emancipação dos escravos, e em outros efeitos puramente extrínsecos e acidentais produzidos na ordem social!
Levanta-te, ó Cruz, na tua sublime realidade sobre os espíritos e os corações de todos os homens!
Levanta-te, lenho sacrossanto, Cruz gloriosa, a cujo poder nada resiste!
Tu, que apareceste objeto de horror e de ignorância, no alto do Gólgota, e após trezentos anos de lutas e embates cruéis, afrontando as tempestades, que levantaram contra ti todas as superstições, todos os preconceitos, todos os despotismos, te erguestes triunfante e radiosa sobre a vasta peanha do capitólio, marcando o centro universal da civilização;
Tu, que viste a teus pés humilhada a majestade dos Césares e de todas as pompas do paganismo;
Tu, que viste mansas, à tua sombra, as hordas bárbaras do setentrião;
Tu, que quebrastes a fúria e fizeste recuar espavorida a brutalidade dos filhos do Alcorão;
Tu, que assombraste, Cruz bendita, o berço das nações modernas, e lhes deste todo o esplendor da sua grandeza e da sua glória;
Tu, que viste arquejar impotentes, e expirar sucessivamente diante de ti, todos os cismas, todas as heresias, todas as impiedades, todas as injustiças, todas as usurpações, todas as violências, todas as imoralidades, todos os delírios, todas as revoluções!
Ó! Cruz imortal! Levante-te sobre o mundo presente dominado pelo mais abjeto naturalismo, e encaminha estas sociedades contemporâneas, tão revoltas e desvairadas, à paz tranquila de seus verdadeiros destinos!
E os séculos assombrados, vendo tua força divina, ó Cruz da redenção! Vendo o poder imenso que te sustem imóvel acima das revoluções dos povos e das ruínas, dos ímpios, cairão de joelhos exclamando:
“O Cristo Deus reinou do alto da Cruz”
“Regnavit e ligno Deus”
Por ti são os pecadores recebidos e em ti são justificados. O mundo em ti emparvece e se confunde, a soberba em ti é derrubada, é a humildade coroada.
Tu confirmaste os apóstolos, consagraste os mártires; santificaste todos os justos; alegras os anjos, sustentas e acrescentas a Igreja e povoas o paraíso.
Tu no dia de juízo virás diante de Jesus, para glória de seus filhos. Ó Cruz, Ó Cruz Santíssima! Abraço-te, com a esperança única do meu desterro – como meu farol no meio das trevas, como meu maior conforto nas atribulações, como minha segurança nos perigos, como meu alento nos trabalhos, como meu amparo nas precisões, como minha força nos desalentos, como o penhor preciosissimo de minha eterna bem-aventurança.
Dom Antônio de Macêdo Costa, 10˚ Bispo do Pará (1860-1890)
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