Exaudi nos, Domine, quoniam benigna est misericórdia tua: secundum multitudinem miserationum tuarum respice nos, Domine. Sl 68, 17
terça-feira, 4 de março de 2014
O Tempo da Quaresma
Exaudi nos, Domine, quoniam benigna est misericórdia tua: secundum multitudinem miserationum tuarum respice nos, Domine. Sl 68, 17
Significado deste tempo: Durante estes quarenta dias os cristãos se unem intimamente aos sofrimentos e a morte do Divino Salvador, afim de ressuscitarem com ele para uma vida nova, nas grandes solenidades pascais.
Nos primeiros tempos do cristianismo, esta idéia fundamental achava sua aplicação no Batismo dos catecúmenos e na reconciliação dos penitentes. Por toda a Liturgia da Quaresma, a Igreja instruía os pagãos que se preparavam para o Batismo. No Sábado Santo mergulhava-os nas fontes batismais, de onde saíam para uma vida nova, como Cristo do túmulo. Por sua vez, os fiéis gravemente culpados, deviam fazer penitência pública e cobrir-se de cinzas, para acharem uma vida nova em Cristo Jesus. Convém reparar nestes dois elementos, para compreender a liturgia da Quaresma e a escolha de muitos textos sagrados.
Nossa participação neste tempo: O Papa São Leão Magno assim se dirigiu ao povo explicando a Quaresma: “Sem dúvida, diz ele, os cristão nunca deveriam perder de vista estes grandes mistérios... porém esta virtude é de poucos. Contudo é preciso que os cristãos sacudam a poeira do mundo. A sabedoria divina estabeleceu este tempo propicio de quarenta dias, afim de que nossas almas se purificassem, e, por meio de boas obras e jejuns, expiassem as faltas de outros tempos. Inúteis seriam, porém, os nossos jejuns, se neste tempo os nossos corações se não desapegassem do pecado.”
Lendo estas palavras, parece-nos assistir a abertura de um retiro. Com efeito, a Quaresma é o grande retiro anual de toda a família cristão, sob a direção maternal e segundo o método da santa Igreja. Este retiro terminará pela confissão e comunhão geral de todos os seus filhos, associados assim, realmente, a Ressurreição do Divino Mestre e ressurgindo por sua vez para uma vida nova.
O Jejum: Seria engano não reconhecer a utilidade desta mortificação corporal, seria menosprezar o exemplo de Jesus Cristo mesmo e pecar gravemente contra a autoridade da Igreja, sua divina esposa. Um dos prefácios da quaresma nos descreve os efeitos salutares do jejum, e aqueles que por motivos justos são dele dispensados, não o estarão do jejum espiritual, isto é, de abster-se de atividades puramente recreativas.
A Oração: Assim como a palavra jejum abrange todas as mortificações corporais, da mesma maneira compreende a palavra oração todos os exercícios de piedade feitos neste tempo, com um recolhimento particular, como por exemplo: a assistência a Santa Missa, a leitura de bons livros, a meditação, especialmente da paixão de Jesus Cristo, a Via Sacra e a assistência as pregações quaresmais.
A Esmola: Compreende as obras de misericórdia para com o próximo. Já no Antigo Testamento está dito: “Mais vale a oração acompanhada de jejum e da esmola do que amontoar tesouros” (Tb 12, 8). Praticando essas obras, preparavam-se antigamente os catecúmenos para o batismo que iam receber no Sábado Santo, enquanto os penitentes públicos se submetiam a ela com espírito de dor e arrependimento de coração.
Particularidades deste tempo: A cor dos paramentos é roxa. Omite-se completamente o Aleluia, enquanto o Glória só se canta nas festas do Santos. Os altares são despojados de enfeites e o órgão se cala, menos no IV. Domingo (Laetare). Também em sinal de recolhimento, os sinos se calam.
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