quinta-feira, 5 de abril de 2012

Passchalis Sollemnitatis - A Missa "in cena Domini"



Esta postagem é fruto de alguns trechos da Carta Circular Paschalis Sollemnitatis, de 1988, da Congregação para o Culto Divino, documento este que trata da Preparação das Celebrações Pascais, e tiramos os seguintes trechos referente a Missa "In Cena Domini"e abertura do Sacro Tríduo:

A Missa “in Cena Domini

44. “Com a missa celebrada nas horas vespertinas da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao tríduo pascal e recorda aquela última ceia em que o Senhor Jesus, na noite em que ia ser traído, tendo amado até ao extremo os seus que estavam no mundo, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho e deu-os aos apóstolos como alimento, e ordenou-lhes, a eles e aos seus sucessores no sacerdócio, que fizessem a mesma oferta”.[50]

45. Toda a atenção da alma deve estar orientada para os mistérios, que sobretudo nesta missa são recordados: a saber, a instituição da Eucaristia, a instituição da Ordem sacerdotal e o mandamento do Senhor sobre a caridade fraterna: tudo isto seja explicado na homilia.

46. A missa “In Cena Domini” é celebrada nas horas vespertinas, no tempo mais oportuno para uma plena participação de toda a comunidade local. Todos os presbíteros podem concelebrá-la, ainda que tenham já concelebrado neste dia a missa do Crisma, ou então devam celebrar outra missa para o bem dos fiéis.[51]

47. Nos lugares em que seja requerido por motivos pastorais, o ordinário do lugar pode conceder a celebração de uma outra missa nas igrejas e oratórios, nas horas vespertinas e, no caso de verdadeira necessidade, também de manhã, mas só para os fiéis que não podem de modo algum tomar parte na missa vespertina. Evite-se, todavia, que estas celebrações se façam em favor de pessoas particulares ou de pequenos grupos e que não constituam um obstáculo para a missa principal. Segundo antiquíssima tradição da Igreja, neste dia são proibidas todas as missas sem o povo.[52]

48. Antes da celebração, o tabernáculo deve estar vazio.[53] As hóstias para a comunhão dos fiéis devem ser consagradas na mesma celebração da missa.[54] Consagrem-se nesta missa hóstias em quantidade suficiente para este dia e para o dia seguinte.

49. Reserve-se uma capela para a conservação do Santíssimo Sacramento e seja ela ornada de modo conveniente, para que possa facilitar a oração e a meditação: recomenda-se o respeito daquela sobriedade que convém à liturgia destes dias, evitando ou removendo qualquer abuso contrário.[55]

Se o tabernáculo é colocado numa capela separada da nave central, convém que nela seja disposto o lugar para a reposição e a adoração.

50. Durante o canto do hino Glória a Deus toquem-se os sinos. Concluído o canto, eles permanecerão silenciosos até à vigília pascal, segundo os costumes locais; a não ser que a Conferência Episcopal ou o ordinário do lugar determinem diversamente, segundo a oportunidade.[56] Durante este tempo o órgão e os outros instrumentos musicais podem ser utilizados só para sustentar o canto.[57]

51. O lava-pés que, por tradição, é feito neste dia a alguns homens escolhidos, significa o serviço e a caridade de Cristo, que veio “não para ser servido, mas para servir”.[58] Convém que esta tradição seja conservada e explicada no seu significado próprio.

52. Durante a procissão das ofertas, enquanto o povo canta o hino Onde há caridade e amor, podem ser apresentados os dons para os pobres, especialmente os que foram recolhidos no tempo quaresmal como frutos de penitência.[59]

53. Para os doentes que recebem a Comunhão em casa, é mais oportuno que a Eucaristia, tomada da mesa do altar no momento da Comunhão, seja a eles levada pelos diáconos ou acólitos ou ministros extraordinários, para que possam assim unir-se de maneira mais intensa à Igreja que celebra.

54. Concluída a oração após a Comunhão, forma-se a procissão que, passando pela igreja,acompanha o Santíssimo Sacramento ao lugar da reposição. A procissão é precedida pelo cruciferário; levam-se os círios acesos e o incenso. Durante a procissão, canta-se o hino pange língua ou outro cântico eucarístico.[60] A procissão e a reposição do Santíssimo Sacramento não podem ser feitas nas igrejas em que na Sexta-feira Santa não se celebra a paixão do Senhor.[61]

55. O Sacramento seja conservado num tabernáculo fechado. Nunca se pode fazer a exposição com o ostensório. O tabernáculo ou o cibório não deve ter a forma de um sepulcro.

Evite-se o termo mesmo de sepulcro: com efeito, a capela da reposição é preparada não para representar a sepultura do Senhor, mas para conservar o pão eucarístico para a Comunhão, que será distribuída na Sexta-feira da paixão do Senhor.

56. Convidem-se os fiéis a permanecer na igreja, depois da missa “In Cena Domini”, por um determinado espaço de tempo na noite, para a devida adoração ao Santíssimo Sacramento solenemente ali conser-vado neste dia. Durante a adoração eucarística prolongada pode ser lida uma parte do Evangelho segundo João (cap. 13-17). Após a meia-noite, esta adoração seja feita sem solenidade, já que começou o dia da paixão do Senhor.[62]

57. Concluída a missa é desnudado o altar da celebração. Convém cobrir as cruzes da igreja com um véu de cor vermelha ou roxa, a não ser que já tenham sido veladas no sábado antes do V domingo da Quaresma. Não se podem acender velas ou lâmpadas diante das imagens dos santos.

______________________
Notas:
[50] Cf. Caeremoniale Episcoporum, n. 297.
[51] Cf. Missal Romano, Missa vespertina in Cena Domini.
[52] Cf. ibid.
[53] Cf. ibid. n. 1.
[54] Cf. Conc. VAT. II, Const. Sacrosanctum Concilium. n. 55; S. Congr. dos Ritos, Instrução Eucharisticum mysterium, 25.5.1967, n. 31, AAS 59 (1967) 557. 558.
[55] S. Congr. dos Ritos, Decr. Maxima redemptionis nostrae mysteria. 16111955, n. 9, AAS 47 (1955) 845.
[56] Cf. Missal Romano, Missa vespertina “In Cena Domini”, n. 3.
[57] Cf. Caeremoniale Episcoporum, n. 300.
[58] Mt 20, 8.
[59] Cf. Caeremoniale Episcoporum, n. 303.
[60] Cf. Missal Romano, Missa vespertina “In Cena Domini” , n. 15. 16.
[61] Cf. S. Congr. dos Ritos, Declaração de 153. 1956, n. 3, AAS 48 (1956) 153; S. Congr. dos Ritos, “Ordinationes et declarationes circa Ordinem hebdomadae sanctae Instauratum”, 1. 2. 1957, n. 14, AAS 49 (1957) 93.
[62] Cf. Missal Romano, Missa vespertina “In Cena Domini”, n… 21; S. Congr. dos Ritos, Decr.Maxima redemptionis nostrae mysteria, 16.11.1955, n. 8. 10, AAS 47 (1955) 645.

Fonte: Presbíteros

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