sábado, 18 de maio de 2013

Memória de São João I - Papa


"Ó Deus, recompensa dos justos, que consagrastes este dia com o martírio do papa João 1º, ouvi as preces do vosso povo e concedei que, celebrando seus méritos, imitemos sua constância na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo." Oração da Coleta

Hoje a Santa Igreja celebra de modo facultativo a memória de São João I. João nasceu em Túsculo, uma província da Itália. Foi eleito sucessor do papa Hormisda, em 523, e costuma ser identificado como João Diácono, autor da epístola "Ad senartun", importante para a história da liturgia batismal. É reconhecido também pela autoria de "A fé católica", transmitida pelos antigos, entre as obras do filósofo e mártir São Severino Boécio, cujo trabalho exerceu grande influência sobre São Tomás de Aquino. Vejamos qual foi a situação herdada pelo papa João I.

O papa Hormisda e o imperador Justino tinham feito cessar o cisma entre Roma e Constantinopla, que se iniciara em 484, com o então imperador Zenon, por meio do que parecia impossível: um acordo entre católicos e arianos. Com esse esquema obtivera bons resultados políticos, pois os godos eram arianos. Porém, no final de 524, o imperador Justino publicou um decreto ordenando o fechamento das igrejas arianas de Constantinopla e a exclusão dos arianos de toda a função civil e militar. Roma era, então, governada pelo imperador Teodorico, o Grande, o rei dos bárbaros arianos que tinham invadido a Itália. Ele obrigou o papa João I a viajar a Constantinopla para solicitar ao imperador Justino a revogação daquele decreto. Apesar de o imperador Justino ter-se ajoelhado perante o primeiro Sumo Pontífice a pisar em Constantinopla, ele não conseguiu demovê-lo da perseguição aos arianos. A solicitação foi atendida apenas em parte, pois o imperador concordou em devolver as igrejas confiscadas aos arianos, mas manteve o impedimento de os arianos convertidos ao catolicismo poderem retornar ao arianismo. Com o fracasso de sua missão, o papa João I despertou a ira do imperador Teodorico. Assim, quando colocou os pés em Roma, foi detido e aprisionado em Ravena, onde morreu em 18 de maio de 526. Foi, então, declarado mártir da Igreja.

Acerca desta papa convém ressaltar que ele foi o primeiro a ter o nome do apóstolo amado, João, cujo nome é o que na história foi mais usado pelos sucessores de São Pedro. O último papa a toma-lo foi João XXIII que reinou de 1958 a 1963.

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