Recebeu as primeiras letras sob a supervisão do seu tio, o bispo D. Romualdo Coelho de Sousa, e foi concluir seus estudos em Lisboa, na Congregação do Oratório, onde teve por um de seus mestres o padre Theodoro de Almeida, o célebre autor das "Recreações Filosóficas". De volta à Província do Pará, por ocasião da abertura da aula pública de filosofia, com dezoito anos de idade, fez um discurso que impressionou o auditório e as autoridades presentes. Aos dezenove anos, com a primeira tonsura, foi nomeado mestre de cerimônias do Sólio e começou a lecionar no Seminário Episcopal as matérias de Latim, Eetórica e Filosofia; aos vinte e um anos tomou ordens de sub-diácono e estreou na tribuna sagrada por adoecer o orador, improvisando o panegírico de S. Thomaz de Aquino; aos vinte e dois anos, tendo ordens de diácono, foi para a Província do Rio de Janeiro, acompanhado de outro jovem eclesiástico, em comissão do bispo do Pará, para, em seu nome, cumprimentar a família real e tratar de importantes assuntos da sua diocese, regressando com a nomeação de cônego da Sé paraense e a de Cavaleiro da Ordem de Cristo; aos vinte e três recebeu ordens de Presbítero, foi nomeado pároco de sua cidade natal (Cametá) e logo a seguir vigário-geral da província, sendo mais tarde, por morte do diocesano, vigário capitular. Nomeado arcebispo da Bahia a 12 de outubro de 1826, foi sua nomeação confirmada pelo Papa Leão XII a 20 de maio de 1827, sendo realizada sua sagração na Província do Rio de Janeiro a 28 de outubro deste mesmo ano. Tomou posse do cargo por procuração a 31 de janeiro de 1828, e a 26 de novembro do mesmo ano deu sua entrada na Província da Bahia. Foi eleito presidente da Junta provisória Governativa da Província do Pará por duas vezes, em 1821 e em 1823. Em 1841, presidiu a solenidade da sagração do Imperador D. Pedro II, como metropolita e primaz do Brasil. Agraciado por D. Pedro I com o título de Pregador da Capela Imperial e com a Grande Dignitária da Ordem da Rosa; foi por D. Pedro II agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, com o título de Conde e depois com o de Marquês de Santa Cruz; era sócio da Academia Real das Ciências de Munique, do Instituto de África em Paris, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e de muitas outras sociedades de ciências e letras. Muito inteligente e ilustre figura, era dotado de excessiva modéstia, de trato ameníssimo, de bondade evangélica, de todas as qualidades, enfim, que exaltam, fazem veneranda e amável a criatura humana.
Foi eleito Deputado pela Província do Pará para a 1ª legislatura no período de 6 de maio de 1826 a 3 de setembro de 1829 (posse em 6 de maio de 1826). Foi eleito Deputado pela Província da Bahia para a 3ª legislatura no período de 3 de maio 1834 a 15 de outubro de 1837 (posse a 12 de maio de 1834), tendo sido substituído no período de 3 de maio a 25 de outubro de 1835. Foi eleito Deputado pela Província do Pará para a 4ª Legislatura no período de 3 de maio de 1838 a 21 de novembro de 1841 (posse em 17 de maio de 1838), sendo substituído no período de 3 de maio de 1839 a 15 de setembro de 1840. Foi Presidente da Câmara dos Deputados de 3 de julho de 1828 a 4 de maio de 1829, e de 4 de maio a 3 de agosto de 1841.
Recebeu os títulos de Conde de Santa Cruz a 2 de dezembro de 1858 e Marquês de Santa Cruz a 14 de março de 1860.
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