sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem de sua Santidade Bento XVI para a celebração do XLIV dia mundial da paz

(1 de janeiro de 2011)

LIBERDADE RELIGIOSA, CAMINHO PARA A PAZ

1. NO INÍCIO DE UM ANO NOVO, desejo fazer chegar a todos e cada um os meus votos: votos de serenidade e prosperidade, mas sobretudo votos de paz. Infelizmente também o ano que encerra as portas esteve marcado pela perseguição, pela discriminação, por terríveis actos de violência e de intolerância religiosa.
Penso, em particular, na amada terra do Iraque, que, no seu caminho para a desejada estabilidade e reconciliação, continua a ser cenário de violências e atentados. Recordo as recentes tribulações da comunidade cristã, e de modo especial o vil ataque contra a catedral siro-católica de «Nossa Senhora do Perpétuo Socorro» em Bagdad, onde, no passado dia 31 de Outubro, foram assassinados dois sacerdotes e mais de cinquenta fiéis, quando se encontravam reunidos para a celebração da Santa Missa. A este ataque seguiram-se outros nos dias sucessivos, inclusive contra casas privadas, gerando medo na comunidade cristã e o desejo, por parte de muitos dos seus membros, de emigrar à procura de melhores condições de vida. Manifesto-lhes a minha solidariedade e a da Igreja inteira, sentimento que ainda recentemente teve uma concreta expressão na Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, a qual encorajou as comunidades católicas no Iraque e em todo o Médio Oriente a viverem a comunhão e continuarem a oferecer um decidido testemunho de fé naquelas terras.
Agradeço vivamente aos governos que se esforçam por aliviar os sofrimentos destes irmãos em humanidade e convido os católicos a orarem pelos seus irmãos na fé que padecem violências e intolerâncias e a serem solidários com eles. Neste contexto, achei particularmente oportuno partilhar com todos vós algumas reflexões sobre a liberdade religiosa, caminho para a paz. De facto, é doloroso constatar que, em algumas regiões do mundo, não é possível professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal. Noutras regiões, há formas mais silenciosas e sofisticadas de preconceito e oposição contra os crentes e os símbolos religiosos. Os cristãos são, actualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé. Muitos suportam diariamente ofensas e vivem frequentemente em sobressalto por causa da sua procura da verdade, da sua fé em Jesus Cristo e do seu apelo sincero para que seja reconhecida a liberdade religiosa. Não se pode aceitar nada disto, porque constitui uma ofensa a Deus e à dignidade humana; além disso, é uma ameaça à segurança e à paz e impede a realização de um desenvolvimento humano autêntico e integral.[1]

Leia o texto na integra (aqui)

Mensagem do Diretor Espiritual


Salve Maria!

Venho felicitar  os membros do Conselho Arquidiocesano, a todos os Servidores do Altar de nossa querida Arquidiocese de Belém, e a todos os que amam esse piedoso serviço que os nossos jovens exercem no Altar de nossas comunidades paroquiais, zelando e cuidando da sagrada liturgia. A todos vós um forte abraço e que a Augusta Soberana Mãe de Deus, a qual celebramos amanhã (01 de janeiro), no seu silenciar diante da manjedoura, seja nosso maior exemplo de serviço e temor a Deus. 
Feliz 2011! Que minha benção sacerdotal chegue a todos os Servidores do Altar e seus familiares. Venho também externar minha gratidão total a todos vós que se empenham em trabalhar para a maior glória de Deus ao longo de 2010, e que em 2011 estejamos juntos para continuar essa grande obra de Deus, nessa Igreja particular de Belém.

Feliz Ano Novo a todos!

Padre Wiremberg José da Silva
Diretor Espiritual Arquidiocesano
Servidores do Altar

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Bento XVI se encontra com os "Pueri Cantores" no Vaticano

“Vocês expressam a alegria da alma que encontra Deus”
Bento XVI

"O canto que expressa o amor de Deus pelo homem e do homem por Deus é um 'serviço' que contribui para aumentar a fé de toda a Igreja". Foram as palavras com as quais Bento XVI expressou sua gratidão aos Pequenos Cantores.
O Pontífice recebeu na manhã desta quinta-feira (30.12.10) na Sala Paulo VI, no Vaticano, milhares de crianças, jovens e adolescentes pertencentes a numerosos coros provenientes de várias partes do mundo, que participaram nestes dias, em Roma e no Vaticano, do 36º Congresso da Federação Internacional dos Pueri Cantores.
Um agradecimento em oito línguas, do inglês ao russo, para comunicar a todos um mesmo pensamento: buscar as palavras e as notas justas para cantar para Deus significa levar a alma de quem escuta o canto a fazer seu, de certo modo, um pedacinho do céu; significa tocar o amor de Deus com as cordas do coração.
Numa Sala Paulo VI repleta de música e de vitalidade, Bento XVI dirigiu-se aos presentes, cerca de 4.500 pessoas que nestes dias participaram do referido Congresso: aproximadamente cem coros de 14 países de quatro continentes, com três mil vozes de crianças, jovens e adolescentes dos 7 aos 17 anos.









Fonte (texto): Radio Vaticano
Fonte (Fotos): L’Osservatore Romano

LITURGIA DA PALAVRA: SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS

 SOLENIDADE DE SANTA MARIA, MÃE DE DEUS
(Oitava do Natal - 1 de janeiro)

Por: Dom Emanuele Bargellini*


“Maria guardava cuidadosamente todos estes fatos e meditava sobre eles no seu coração”
Leituras: Nm 6, 22 – 27; Gl 4, 4 -7; Lc 2, 16 – 21


No oitavo dia da solenidade do Natal, no cume, por assim dizer, do dinamismo vital com que o Espírito Santo fecundou a Bem-Aventurada Virgem, a Igreja contempla e celebra na fé e na alegria o mistério de Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja e da nova humanidade renascida em Cristo.
Durante o tempo do Advento, a liturgia ficou repetindo todos os dias a saudação do anjo: “Maria, alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor está contigo; és bendita entre todas as mulheres da terra” (Liturgia das Horas: Antífona da Hora média; cf Lc 1, 28; 42).
A virgem Maria é saudada pelo anjo, e celebrada pela Igreja, como aquela que de maneira única está portando no seio e irradia ao redor de si mesma a graça de Deus feita pessoa, o Filho do Altíssimo que já no seu próprio nome, Jesus, indica sua profunda identidade e sua missão: revelar a benevolência do Pai, salvar e resgatar do mal toda a humanidade e abrir novamente para ela o caminho para a casa do Pai. Maria, Mãe de Deus, participa também na geração da nova humanidade, cujas primícias é a pessoa do próprio Jesus (cf. Rm 5, 15-19).
Deus continua seguindo o critério da simplicidade, da fraqueza, do “esvaziamento” (cf. Fil 2, 6-11); critério este, escolhido desde o início para se manifestar e atuar na história. Ele suscita a resposta livre da fé por parte de todos os parceiros que chama para colaborar na sua obra redentora. Assim como fez com Abraão, pai dos crentes, com os patriarcas e com os profetas, do mesmo modo atua com Maria e com José. Ao cumprir-se o tempo estabelecido por Deus de realizar seu projeto de salvação, não envia seu Filho do céu, em maneira espetacular, mas Ele “nasce de mulher” como todo homem, e está inserido na história gloriosa e ambígua do povo de Israel, destinatário primeiro da aliança e portador da esperança para todos os povos (cf. 2ª leitura - Gl 4, 4-5).
O lugar onde se cumprem as promessas de Deus e se manifesta a sua potência que salva não é a nobre cidade de Jerusalém, nem o lugar sagrado do templo, mas o menino recém-nascido, deitado numa manjedoura. Somente os pobres e os simples de coração, afinados com Deus, como os pastores, conseguem receber o surpreendente anúncio do céu e acreditar nele. Os pastores de Belém representam os pobres de todos os tempos, no solícito caminho rumo ao menino, assim como na capacidade de reconhecer com estupor no recém nascido da manjedoura, o Salvador esperado pelo povo e anunciado pelos anjos. Pela luz interior que os acompanha, eles se tornam “anunciadores da boa nova” até para aqueles que se encontram junto do menino, suscitando maravilha mesmo nos pais dele (Lc 2, 16-18).
Para todos os efeitos, Jesus, o Filho do Pai, é também o filho do seu povo, da experiência humana, espiritual e cultural de sua gente, do seu tempo. O papa João Paulo II, na sua histórica visita à sinagoga de Roma (1986), quis lembrar a todos os cristãos que os judeus são nossos “irmãos maiores”, e que desta carne nasceu Jesus. Ao seguir a novidade produzida pelo próprio Jesus, não podemos esquecer as raízes judaicas da experiência cristã. É a fidelidade ao mistério da Encarnação que exige de nós tal atenção. O esquecimento desta perspectiva não é estranho aos devastadores critérios que ao longo dos séculos marcaram infelizmente as relações entre cristãos e judeus, até a Shoa, o holocausto do povo judeu, ocorrido no século passado.
Neste povo e nesta história santa o menino Jesus é inserido plenamente com o rito simbólico da circuncisão ao oitavo dia depois do nascimento, - como lembra o Evangelho de hoje - quando recebe o “nome” escolhido por Deus e preanunciado pelo anjo. Assim como acontecia nos tempos de Jesus, ocorre ainda hoje no povo de Israel a circuncisão com os meninos recém-nascidos.
Os profetas (cf Jr 4,4), assim como o Novo Testamento, reivindicam a dimensão interior da circuncisão, a “circuncisão do coração”, enquanto sinal da aliança e da fidelidade ao Senhor. Paulo ensina com vigor que a autêntica circuncisão que faz o verdadeiro Israel, é a do coração (cf Rm 2, 25 - 27; Gl 5,5). Por isso a profissão de fé em Jesus e o batismo, desde muito cedo, irão substituir o sagrado e antigo rito judaico para os discípulos de Cristo, o realizador da nova aliança. Mas o apóstolo admoesta sempre que somente uma vida animada e guiada pelo Espírito de Cristo, faz dos discípulos, autênticos “circuncidados no coração” e “batizados” no Senhor.
A este mundo humano e espiritual Jesus é introduzido gradualmente por Maria e José, aos quais fica submetido em filial obediência, enquanto cresce em vigor físico e sabedoria espiritual, e ao mesmo tempo vai abrindo seu próprio caminho para cumprir sua vocação e missão pessoal ao serviço do Pai.
Na Sagrada Família, como em toda família que acredita no Senhor, todos juntos e cada um de parte sua, Maria, José e Jesus, estão aprendendo dia após dia seu caminho, buscando descobrir e seguir a vontade de Deus. À materna preocupação manifestada por Maria ao encontrá-lo no templo de Jerusalém três dias depois ter se afastado da família, Jesus responde: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes dissera. Desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe, porem, conservava lembrança de todos estes fatos em seu coração” (Lc 2, 49-51). A maternidade de Maria é dom sublime de Deus. Mas é também uma aprendizagem progressiva na fé e no amor, que alcançará sua plenitude aos pés da cruz, quando o próprio Jesus entregará a ela como um filho, no discípulo amado, toda a humanidade, e esta, por sua vez, será entregue pelo Senhor à Maria, que nesse instante será uma Mãe para todos (cf Jo 19, 25 – 27).
O evangelista Lucas destaca com insistência a atitude interior de Maria - com certeza partilhada também por José - frente aos acontecimentos da vida. Ela continua, por assim dizer, o processo de gestação e interiorização da Palavra que tinha concebido em si mesma por obra do Espírito Santo na plena disponibilidade da fé e que agora não cessa de interpelá-la. Esta atitude de silêncio meditativo, de contemplação cheia de perguntas sem respostas imediatas e de entrega confiante ao mistério de Deus, acompanhará Maria ao longo da sua vida junto de Jesus, nos momentos alegres e nos momentos problemáticos e tristes (Lc 2, 51; Mt 12,48-50), até os pés da cruz.
Por esta atitude de escuta, silêncio e entrega confiante a Deus, a Virgem Maria se torna as primícias do reino de Deus e exemplo da Igreja inteira e de todo discípulo e discípula de Jesus. É o próprio Jesus a nos oferecer esta perspectiva cheia de fascínio para aqueles que acreditam nele: “Jesus respondeu àquele que o avisou: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E apontando para os discípulos com a mão, disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12, 48-50).
Gostaria partilhar algumas reflexões de Santo Agostinho sobre estas palavras de Jesus, reflexões com que ele une de maneira admirável no mesmo caminho de fé a Virgem Maria, a Igreja e cada um de nós.
“Prestai atenção, rogo-vos – diz o grande doutor da Igreja – naquilo que Cristo Senhor diz, estendendo a mão para os discípulos... Acaso não fez a vontade do Pai a virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu?... Sim! Ela o fez! Santa Maria fez totalmente a vontade do Pai e por isso mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo. Assim Maria era feliz porque, já antes de dar à luz o mestre, trazia-o na mente....Santa Maria, feliz Maria! Contudo, a Igreja é maior que a Virgem Maria. Por quê ? Porque Maria é porção da Igreja, membro santo, membro excelente, membro super-eminente, mas membro do corpo total....Portanto, irmãos, dai atenção a vós mesmos. Também vós sois membros de Cristo. Vede de que modo o sois. Diz: Eis minha mãe e meus irmãos...Como sereis mãe de Cristo? “Todo aquele que ouve e faz a vontade do meu Pai que está nos céus, este é meu irmão e irmã e mãe ” (Sermão 25,7-8; LH IV, 1466-67).
Maria foi eleita e chamada por graça a dar sua própria carne ao Filho de Deus para ele realizar sua missão de Salvador para todos os homens e mulheres. Na sua resposta de fé e de entrega incondicionada a Deus, Maria primeiro realiza aquela atitude interior que, nas palavras do próprio Jesus, constitui a condição para fazer de todo discípulo e discípula, a exemplo de Maria, o seio fecundo onde a Palavra de Deus é acolhida e se torna principio vital da nova existência animada pela fé.
O mesmo Espírito que fecundou a virgindade de Maria fecunda a fé da Igreja e a faz mãe fecunda, capaz de gerar filhos e filhas com a pregação da Palavra, a experiência pascal dos sacramentos e a proximidade do amor.
Admirável Natal! Nós, os renascidos à vida do Pai como filhos e filhas adotivos no Filho, pelo dom do Espírito que nos anima (2ª leitura – Gl 4, 5-7), somos inseridos em tamanha intimidade com Jesus, que nos tornarmos seus irmãos, irmãs, e mesmo sua mãe! Capazes, por graça, de fazê-lo nascer a cada dia em nós para que nós possamos viver sempre mais nele e para ele, até partilhar com o apóstolo a admirável experiência da plena conformação com ele: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
Estas afirmações, que vêm da Escritura, dos Padres da Igreja e da Liturgia, talvez soem um pouco surpreendentes aos nossos ouvidos. Talvez sejamos tentados a reduzi-las como lindas e sugestivas expressões poéticas, destinadas a acariciar nossa sensibilidade estética e nossa emotividade devota. Pelo contrário, nos deixam vislumbrar o coração do mistério do amor de Deus e do seu esvaziamento que nos introduzem de novo no caminho da vida e da verdade. Deixam-nos vislumbrar o mistério da fecundidade insondável da fé de Maria e da fecundidade da Palavra de Deus no coração de todo discípulo e discípula de Jesus, quando a recebem e a guardam com fé. Oferecem-nos as razões mais profundas e o caminho mais certo para alimentar e guiar nosso culto e nosso amor filial a Maria, nossa irmã e mãe na fé, na esperança e na caridade.
O povo cristão desde o início, com a intuição simples e profunda da sua fé, percebeu e honrou na virgem Maria, a Mãe de Deus e do Redentor, e a Mãe da Igreja. É como se exprime o Concílio Vaticano II: Maria foi e “é saudada também como membro super-eminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e caridade. E a Igreja católica, instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto de piedade filial como Mãe amantíssima” (LG 53).
A constituição Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, no capítulo 8º, nos oferece uma maravilhosa síntese da fé e da piedade da Igreja do Oriente e do Ocidente sobre a “Bem-aventurada virgem Maria Mãe de Deus no mistério de Cristo e da Igreja”. Um tesouro ainda por descobrir, junto com outra mina preciosa, rica da linfa vital da tradição e de elementos novos, constituída pela liturgia renovada pelo Concílio e dedicada às celebrações de Santa Maria.

*Dom Emanuele Bargellini, Prior do Mosteiro da Transfiguração (Mogi das Cruzes - São Paulo). Doutor em liturgia pelo Pontificio Ateneo Santo Anselmo (Roma).



Fonte: Zenit 


Um Pouco da História de Nossa Arquidiocese - Paróquia da SS. Trindade I


Foi o Capitão General Governador do Estado do Grão Pará e Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado quem solicitou ao Ministério Real, através do Conde de Oeiras, Sebastião José de Carvalho e Melo - seu irmão, que viria a ser, mais tarde, o poderoso Marquês de Pombal o envio de famílias e homens solteiros para povoarem a Vila de Sousa do Caeté, já denominada de Bragança, em dezembro de 1753. A migração só começou em 1755 e em 1759, proveniente da Angra do Heroísmo de uma das ilhas do arquipélago dos Açores, chega a Belém José Antônio Abranches, angrense com 16 anos, acompanhado de três irmãos menores: Joaquim José, 14; José João, 12 e João António, 10, órfãos de pai e mãe. José António Abranches chegou no mesmo ano em que daqui partia o governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado que concedera a Abranches a mercê de ficar em Belém para trabalhar na lavoura. Católico fervoroso, José António e seus irmãos eram devotos da Santíssima Trindade. O Senado da Câmara, sob a presidência de Feliciano Ramos Nobre Mourão e os vereadores João Luís Francisco Barbosa, Felicíano Ferrão e Peres da Silva, concederam aos irmãos Abranches o uso das terras situadas antes e aquém do Lago do Piry. Aos 19 anos, três anos depois de fixar-se na terra, Abranches já mantinha viçosas leiras de hortaliças, uma respeitável criação de porcos da raça "Du-roc", aves (galinhas e patos), além de cultivar um respeitável pomar onde os laranjais e limoeiros começavam a produzir à farta.

Desse labor, outras pessoas começaram a aproximar-se e fazer suas casinhas e, desse modo, surgiu um novo bairro na cidade, denominado de "Aldeia". Abranches e seus irmãos começaram a comercializar o que colhiam e os grandes consumidores de seus produtos eram os barcos da Companhia de Comércio do Grão Pará e Maranhão que, torna-viagem, abasteciam-se de tudo, sendo apreciadíssimas suas laranjas e limões que, além de servirem aos tripulantes, serviam de garantia contra o "cólera morbos" e outras doenças que grassavam entre eles. Tal prática levou Abranches a acumular considerável soma em "patacas", o que lhe deu a condição de "apatacado". O início do Século XIX recrudesceu em Abranches, já com 58 anos, o desejo de construir uma Igreja em honra da Santíssima Trindade, Em 1802 pôs em andamento o seu projeto. Solicitou ao 7° Bispo do Pará, D. Manuel da Silva Carvalho, permissão para construir a Igreja. Esta lhe foi concedida, mas o Bispo adiantou-lhe que o bispado era carente de recursos, mas, que "se os recursos próprios acabarem, tens permissão para buscar espórtulas entre o povo". De posse da permissão do Bispo d. Manuel, Abranches dirigiu-se ao Paço do Conselho onde estavam reunidos os seguintes vereadores: Bento de Figueiredo Tenreiro, António Álvares Fernandes de Carvalho, Caetano Alberto Ribeiro, João de Araújo e Francisco Pereira de Cristo. Foi tão apaixonante a exposição de Abranches na presença dos vereadores que dir-se-ía tocado pela Santíssima Trindade, atingindo o clímax da emoção quando rematou: "A vida já me foge, mas antes que ela fuja por inteiro, hei de ver a Igreja de Nossa Senhora da Trindade erguida.”

O Presidente do Senado da Câmara e seus presididos concederam o que Abranches pedia e fez mais Bento de Figueiredo Tenreiro, o Presidente: concitou os vereadores a dirigirem-se, acompanhados de José António Abranches, até a presença do Capitão General Governador Francisco Maurício de Sousa Coutinho, para aprovação. O terreno cedido situava-se em um pequeno outeiro e toda a área existente ao redor da pequena elevação próxima ao Grande Lago do Piry, na mesopotâmia formada peio Lago e Igarapé da Comedia do Peixe Boi (atual Arcipreste Manoel Theodoro), pertencia à Igreja. Era o ano de 1802. Abranches atirou-se com denodo na faina de construirá Igreja. Logo, logo, o humílimo povo do bairro da Aldeia, ao ver o entusiasmo incontido de Abranches na construção do templo, juntou-se para ajudá-lo de todas as formas. Com esse apoio, Abranches fundou a Irmandade da Santíssima Trindade- "Santo Mistério de nossa religião", como diz José António. A exsicação do Grande Lago do Piry começou justamente nas proximidades da construção da Igreja, para alegria de Abranches. Esse trabalho foi ordenado pelo novo governador D. Marcos de Noronha e Brito, o Conde dos Arcos.

A Irmandade da Santíssima Trindade tornou-se poderosa com a entrada das famílias endinheiradas. A festa da cumeeira, bem como a cobertura e a construção do altar. Foram emoções demais para José Antônio Abranches. No dia 4 de novembro de 1804, com 62 anos, sua vida apagou-se. A consternação foi imensa pelo fato de ter sido Abranches o instituidor da devoção à Santíssima Trindade, em Belém e no Pará. Seu corpo foi sepultado no terreno do adro da Igreja, em sua parte posterior, na altura da atual Rua dos 48. Nove anos depois, em 1813, estava concluída a Igreja, tendo apenas o altar-mor, quatro arcos nas paredes laterais indicando os lugares em que, no futuro, deveriam ser edificados mais quatro altares, sendo dois em cada lado, tudo isso graças aos esforços dos três irmãos do falecido Abranches. No ano seguinte, em junho, teve lugar a abertura e inauguração da Igreja de Nossa Senhora da Trindade. A Irmandade mandara buscar, em Lisboa, um artístico painel, óleo sobre tela, indicativo do orago da Santíssima Trindade, da lavra do famoso pintor António Leonardo, que estivera em Belém acompanhando o séqüito do Conde dos Arcos. Encomendara, também, todos os paramentos e demais objetos do culto em ouro e prata, bem como uma profusão de fogos de artifício. No dia 1° de junho de 1814, o bispo D. Manuel de Almada de Carvalho, pela manhã, benzeu o novo templo e, à noite, houve as vésperas (hora canônica que vem depois das nonas e correspondente as três da tarde) com queima de fogos de artifício noite adentro e com grande afluência popular. No dia seguinte, domingo, aconteceu a grande festa. A missa solene (laus laudemus) foi presidida pelo prelado, com grande instrumental. À noite prosseguiu o espetáculo da queima dos fogos, estando o templo aberto a todos os fiéis. A partir desse dia, a Irmandade da Santíssima Trindade mandava celebrar missa às sete horas nos domingos e dias santos. Nos sábados, à noite, era rezada a ladainha. Anualmente promovia-se a Festa da Santíssima Trindade com toda a magnificência.

Todos os anos, 20 dias antes dessa Festa, a Irmandade levando a Coroa de ouro, percorria a cidade, casa em casa, tirando esmolas para a festa. Bons tempos aqueles em que se podia sair portando uma coroa de ouro...Outra festa que marcou época em Belém, no Século XIX, era a de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro, promovida pela Sra. Maria Simoa, devota fervorosa desde 1809 quando mandara buscar, em Lisboa, a imagem da Senhora, em fino trabalho escultural. A imagem era colocada em um oratório, em sua residência situada na Rua dos Inocentes (atual General Gurjão) esquina da Travessa São Mateus (atual Padre Eutíquio). Lá eram celebradas missas aos domingos e dias santos. A festa anual era promovida na Igreja de SantAna para onde era levada com grande acompanhamento. Maria Simoa, com recursos próprios e coadjuvada pela Irmandade, devidamente autorizada pelo bispo D. Romualdo de Souza Coelho, fez edificar em alvenaria, na parede lateral direita da Igreja de Nossa Senhora da Trindade, um altar para receber Nossa Senhora do Rosário do Barreiro. No dia 10 de abril de 1822, pronto o altar, a imagem saiu da Igreja paroquial de SantAna, levada nos braços do pároco José Joaquim Martins, paramentado de sua sobrepeliz e estola e acompanhado de 24 clérigos de sobrepeliz e com tochas acesas. A procissão saiu de Sant’Ana, às 18 horas, com grande acompanhamento e foi depositada em seu altar definitivo. Pelo menos, assim se pensava. Nessa noite na Igreja de Nossa Senhora da Trindade celebrou-se as vésperas e, no dia seguinte, realizou-se a festa em honra à nossa Senhora do Rosário do Barreiro.

A Lei Provincial número 63, de 4 de setembro de 1840, assinada pelo presidente da Província do Pará, João António de Miranda, elevou a Igreja de Nossa Senhora da Santíssima Trindade à categoria de Freguezia, tendo sua instalação sido efetivada em 12 de março de 1843, ocasião em que foi nomeado o seu primeiro vigário, o paraense Manoel Vasques da Cunha e Pinho. Este vigário dotou a sua Igreja de pia batismal em mármore de carrara, como também mandou edificar, em alvenaria, o segundo altar fronteiro ao de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro, para si-metrisara sua igreja paroquial. Esse padre faleceu sete anos depois de sua investidura, isto em 1850, sendo substituído pelo padre, também paraense, Dionísio Rodrigues Aliança. Este sacerdote também veio a falecer depois de 11 anos prestados ao rebanho da Freguesia da Santíssima Trindade, em 1861. O terceiro pároco foi o padre baiano Manoel Ignácio da Silva Espíndola, que esteve à frente da paróquia por seis anos, sendo transferido para a Bahia pelo bispo D. Antônio de Macedo Costa, que era baiano como ele. O antístete nomeou como quarto vigário o francês Augusto João Maria Coller. A história desse padre é interessante. Foi casado e quando ficou viúvo entrou para o Seminário Diocesano que era dirigido por D. Macedo Costa. Infelizmente, ao assumir a paróquia terminou com todas as devoções e festas ali existentes. Retirou do seu altar a imagem de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro, colocando em seu lugar uma outra imagem da Virgem Maria, para que fosse celebrado, em maio, o mês mariano instituído por d. Macedo Costa. No altar em frente entronizou a imagem de São José e o artístico painel representando a Santíssima Trindade foi retirado sumariamente. Daríamos tudo para ver como os nossos ancestrais a representavam. Nossa Senhora do Rosário e o painel foram levados para lugar incerto e não sabido.

Eis a proto-história da Igreja de Nossa Senhora da Trindade. [...] A construção original, como já vimos na matéria do historiador José Valente, iniciada sob o comando de José António Abranches, data de 1814. A edificação atual é de 1942. A história secular da Igreja da Trindade, no centro de Belém, se confunde com a história da expansão e da transformação da cidade.

* Por José Valente

Agradecimentos!

Externamos nossos agradecimentos à toda a Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Benfica e ao seu Paróco o Reverendo Padre Sebastião Antero, que através do blog da Paróquia, tem feito um trabalho de divulgação do blog "Ministrare et dare animam suam". Divulgação esta que é sempre bem vinda, pois com essa parceria já recebemos mais de 110 visitas oriundas de sua divulgação, agradecemos de coração e que em 2011 continuemos essa nossa parceria tão bem vinda e amiga! Obrigado!

Um ano da Nomeação de Dom Alberto Taveira Corrêa

Hoje na ultima edição do ano do jornal voz de Nazaré, foi publicada a entrevista de Dom Alberto Taveira, na qual ele faz um balanço do que viu e fez, durante seu primeiro ano na igreja particular de Belém. Abaixo publicamos a entrevista na integra:





O Arcebispo nota 10

O décimo arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, comemora um ano da nomeação para o cargo. 
Entre as lembranças de 2010, a Arquidiocese de Belém guarda uma especial: a chegada do 10º Arcebispo, Dom Alberto Taveira Corrêa, mineiro, vindo da Arquidiocese de Palmas (TO). Em quase um ano de administração pastoral, ele ordenou dez padres, 33 diáconos permanentes, instaurou três novas paróquias (e no início de 2011serão mais duas), já visitou todas as paróquias da Arquidiocese e as 38 ilhas que compõem a região da Grande Belém. Assim como o vigor pastoral as missões do Arcebispo crescem a cada dia. Dom Alberto conversou com a Voz de Nazaré sobre o trabalho já realizado e sobre os próximos passos da Arquidiocese de Belém.
No dia 30 de dezembro o senhor completa um ano como arcebispo nomeado de Belém. No começo, o senhor falou muito sobre "conhecer" a Arquidiocese, como foi esse ano de conhecimento? 
Primeiro eu tenho que dizer que valeu a pena, acho que o que disse na minha posse, a minha liberdade está na obediência, saber que Deus tinha um caminho de realização, de felicidade, aqui na Arquidiocese de Belém, eu estava pronto na minha vida a ficar onde quer que o Senhor me colocasse. Quando pela palavra do Papa Bento XVI foi dito Belém é o seu lugar eu deixei todas as coisas. A partir da minha posse pude logo viver a Semana Santa, comecei a visitar as paróquias, nasceu uma ideia muito bonita com cada uma das regiões episcopais, nos pegamos um micro-ônibus com todos os padres da região e em pouquíssimo tempo eu visitei todas as paróquias, não quer dizer celebrar em todas as paróquias faltam ainda duas paróquias apenas para eu celebrar. Nesses nove meses eu visitei todas as paróquias, fui a todas às casas com os sacerdotes, então é conhecer. Aí comecei a celebrar, visitei todas as escolas católicas, todas as Universidades, hoje posso dizer que conheço Belém. Uma pessoa uma vez me disse: "o senhor gosta de dirigir". Digo que gosto mesmo, quando necessário há o motorista, mas eu gosto porque aonde vou dirigindo eu conheço o local. Visitei escolas, visitei hospitais, visitei todas as penitenciárias, foi um contato muito grande com as pessoas.
Missa de Posse de Dom Alberto
Durante sua primeira visita qual foi o primeiro desafio que lhe pareceu mais iminente? 
Estar atento à história dessa Igreja, porque a Igreja em Belém não foi inventada com a minha chegada, ela tem como vida eclesial quase 400 anos, como Arquidiocese ela vai completar 300 anos em 2019, mas eu tinha que conhecer, porque eu entro nesse rio bonito da história com valores, com práticas, plano de pastoral realizado, iniciativas, vida de sacerdotes, tanta coisa linda que foi construída aqui, então desafio era esse o conhecimento. Ao mesmo tempo eu não podia ficar parado aguardando conhecer, porque no dia seguinte à posse você começa a trabalhar, então você tem que imediatamente entrar em contato com as pessoas. Este conhecimento ocorreu mais rápido do que eu pensava, por exemplo, conhecer todos os sacerdotes, saber pelo nome, conhecer um pouco da história de cada um, nosso Senhor me deu essa graça muito cedo, muito rapidamente eu conheci todas as pessoas que trabalham comigo. Às vezes no contato com as paróquias nem sempre eu me recordo dos nomes, mas eu sou fisionomista.
Em relação às vocações, como o senhor enfrentou esse desafio? 
A minha história de vida está sempre ligada ao trabalho com as vocações. Eu fui reitor do seminário em Belo Horizonte (MG) formei 55 sacerdotes. A Pastoral Vocacional, o esquema de Pastoral Vocacional pela CNBB nasceu em Belo Horizonte. Aqui estamos trabalhando seriamente com a Pastoral Vocacional. A primeira coisa que eu senti que deveria fazer aqui era organizar a equipe de formação no Seminário, logo em seguida assumi o desafio que já tinha sido criado anteriormente e trabalhar para a criação da Universidade Católica, estamos já com uma comissão trabalhando nessa dimensão, porque a formação sacerdotal será dentro do ambiente universitário. Este ano tivemos dez ordenações sacerdotais e eu acolhi aqui a comunidade Obra de Maria, no dia 26 de janeiro, ordenarei mais sete sacerdotes, dois deles irão trabalhar aqui na Fundação Nazaré de Comunicação, outros serão missionários, inclusive, na Amazônia. Dos dez que ordenei, nove são nascidos aqui apenas um é de Minas Gerais, o padre José Reinaldo, mas que vive em Belém há muitos anos. Ordenei também um sacerdote capuchinho frei Manoel, dessa forma tivemos muitas ordenações este ano. Um bispo em um ano ordenar 18 sacerdotes não é pouca coisa.
Instrumentos importantes da Arquidiocese de Belém são as pastorais sociais, instituições como a Cáritas. O que o senhor encontrou em relação ao trabalho social na Igreja de Belém? 
Quando eu fui nomeado no dia 30 de dezembro de 2009 me ligaram daqui para fazer uma entrevista, longa, com muitas perguntas e me perguntaram o senhor vai continuar o trabalho realizado anteriormente pela Cáritas nas ilhas? Eu disse pelo menos me contem que existem ilhas. 'Quais são seus projetos?', eu não tinha projeto algum porque acabava de ser nomeado (risos). Meu projeto era conhecer e chegar aqui. Digo que encontrei aqui uma consciência muito bonita, muito interessante, capitaneada pela Cáritas, por outras entidades da nossa Arquidiocese, muitas obras sociais, de diversas paróquias, de congregações religiosas, uma coisa maravilhosa. Eu percebi que nos tínhamos alguns desafios sociais de presença da Igreja. Nós passamos de dois milhões de habitantes. Nós temos hoje 62 paróquias e nós temos hoje algo em torno de 33 mil habitantes por paróquia. Em termos de Pastoral urbana deveríamos chegar a ter mais ou menos 10 mil pessoas por Paróquia, para se ter uma margem boa de atenção pastoral, estamos longe disso, porque aí a Igreja tem que estar presente, conhecer as pessoas, ser presença de caridade, de anúncio do Evangelho, da comunhão, aí eu pensei Belém precisa atingir mais as pessoas, então é uma vertente que depois pode ser respondida em termos de paróquias. Há outra vertente que é a população insular, nós temos 38 ilhas, eu visitei todas elas, terminei há poucos dias a visita pastoral às ilhas. Atualmente nós temos uma Paróquia das ilhas, que é Nossa Senhora da Conceição com sede em Outeiro, e algumas ilhas que são assistidas por outras Paróquias, por exemplo, como o Curuçambá. Mais uma paróquia para as ilhas, com uma presença social muito forte, da parte da Cáritas, da parte do IDHI e de outras entidades, trabalhos de presença nessas ilhas. Então criamos, será instala no dia 16 de janeiro a segunda paróquia nas ilhas (São Francisco de Assis, em Cotijuba). Teremos a partir de agora quatro sacerdotes totalmente dedicados às ilhas, com as respectivas estruturas pastorais e sociais. Temos que estar presentes junto a essas pessoas que têm maiores necessidades. A Igreja quer estar presente contribuindo também para que se conscientize a sociedade, os organismos de governo, etc, sobre tantas coisas que podem ser feitas.
O senhor falou das ilhas, sabemos das distâncias, que tornam levar o Evangelho para todas as pessoas um desafio maior ainda, para isso temos nossos meios de comunicação da Fundação Nazaré, como o senhor os vê? 
Eu tenho a Catedral, celebro na Catedral, celebro nas paróquias, mas vamos somar quantas pessoas eu atinjo na Catedral ou nas paróquias e quantas pessoas eu atinjo agora com essa entrevista. Eu quero dizer que a nossa Fundação Nazaré de Comunicação (FNC) é como uma imensa Catedral que cabe todo mundo. Toda a semana temos pessoas que nunca ouvem falar de Igreja e que começaram a ouvir falar através dos nossos veículos, é uma beleza que isso aconteça. E nós temos a responsabilidade porque a boa nova de Jesus será proclama sobre os tetos do mundo. Eu tenho me dedicado muito nesses anos de bispo a evangelizar através dos meios de comunicação, quero investir o meu tempo, as minhas energias, minha dedicação para que nós continuemos. Por falar nisso, nossos meios de comunicação, como todo respeito a todos os outros meios de comunicação que existem da Igreja no Brasil, mas conversando com bispos ou diretores de outras redes católicas e digo isso com um "santo orgulho" a nossa rede de comunicação é aquela que melhor consegue unir duas coisas: evangelização e capacidade de levar em conta a cultura regional e é por aí que nós temos que caminhar. Nós temos esse rosto, ser Amazônia e evangelizar a partir da Amazônia e ser uma força de evangelização efetiva. A nossa televisão é católica e ao mesmo tempo busca essa linguagem que é de atingir as pessoas do nosso tempo e da nossa cultura.
Tivemos a escolha de Belém como sede do Congresso Eucarístico 2016, já tivemos ações relacionadas a isso, como, por exemplo, as vigílias na Igreja das Mercês, futuro santuário de adoração perpétua, o próprio Belém em Missão. Que outras ações estarão voltadas para a preparação da cidade para receber o congresso? Qual o planejamento em relação a isso?
No início de 2011 vamos ter a constituição da comissão central. Essa comissão formará as diversas comissões na parte teológica, na parte pastoral, litúrgica, de recursos, tudo o que será necessário para o Congresso Eucarístico. Já temos mais ou menos pensando um grande esquema a partir das seis regiões episcopais, como rios que convergem em uma mesma direção. A região do Menino Deus vai ter como tema de preparação para o Congresso Eucarístico "A criança e a Catequese"; a região de São João Batista vai ter como tema a Evangelização; a região São Vicente de Paulo a dimensão da caridade e dos idosos; a região Santa Maria Goretti a Juventude; a região de Sant'Anna vai cuidar do tema da família; desta forma teremos cada uma das regiões que deverá aprofundar pastoralmente cada um dos temas, faremos essa convergência de temas. Eu incitei as Universidades, todas aceitaram e desencadearam processos de monografias e teses sobre a História da Igreja em Belém e também sobre temas ligados a Eucaristia, então faremos um aprofundamento acadêmico, faremos um trabalho pastoral, queremos até o final de 2011 ter o texto base, a parte teológica já redigida. As coisas já estão se encaminhando e até o final de 2011 teremos as diversas comissões constituídas, a fim de que elas a partir de 2012 já estejam efetivamente com mãos a obra para preparar o Congresso Eucarístico. 

Foi criada a 62º Paróquia da Arquidiocese de Belém, Paróquia Sagrada Família, no Curió-Utinga.

Uma nova paróquia foi erigida na Arquidiocese de Belém, na terça-feira, dia 28. A missa de instalação da paróquia Sagrada Família, no bairro do Curió-Utinga, ocorreu a partir das 19h, presidida pelo Arcebispo de Belém Dom Alberto Taveira Corrêa. Agora, a Arquidiocese tem 62 paróquias. 
O padre Antônio Cruz é o primeiro pároco da nova paróquia. O pedido para a criação da comunidade surgiu do padre Paulo Falcão, da paróquia de Santa Cruz, que presidia as missas no local quando a Sagrada Família era comunidade da referida paróquia. O padre Agnaldo Ramos de Freitas, também acompanhou esse processo para consolidar mais uma paróquia em Belém.   
"Tem uma equipe trabalhando lá (na comunidade Sagrada Família) há muito tempo na evangelização. Dom Orani Tempesta, atendeu ao pedido de padre Paulo Falcão em 2009 para transformá-la em paróquia, só que com o fim de seu mandato na Arquidiocese não pôde concluir. Com a chegada de Dom Alberto, ele continuou essa caminhada", explica padre Agnaldo. 
Ele também comenta que esse momento "é importante porque a paróquia terá um padre que será mais próximo da comunidade, e que será exclusivo para atender as necessidades daquela região. Isso é bom não só para o lugar como para a Arquidiocese de Belém, que terá uma nova paróquia difundindo a Palavra e os interesses da Igreja".
Em novembro de 2010 foram erigidas as paróquias Nossa Senhora de Guadalupe – Cidade Nova, e Nossa Senhora de Lourdes – 40 Horas, dando um total de três novas paróquias para a Arquidiocese, já em janeiro de 2011 serão mais duas paróquias para a Arquidiocese de Belém.

Fonte: Fundação Nazaré

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

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Natal em nossas Paróquias - Catedral Metropolitana

Na noite do dia 24 de Dezembro, Sua Excelência Reverendíssima D. Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém, oficiou a Santa Missa da noite de Natal na Paróquia Nossa Senhora da Graça - Catedral Metropolitana. Abaixo algumas fotos da referida celebração:
A belíssima decoração da Catedral Metropolitana 


Chegada Solene do Sr. Arcebispo

Schola Cantorum

Homilia

Ofertório



 Após a Santa Missa a imagem do Menino Jesus foi conduzido ate o presépio instalado na Capela lateral de Nossa Senhora da Graça

Anúncio das Solenidades Móveis de 2011

Por: Departamento de Liturgia

De acordo com o Diretório Litúrgico da CNBB, para a Solenidade da Epifania do Senhor (no Brasil) celebrada no próximo Domingo (02/01/2011), encontramos a seguinte anotação: “Depois da proclamação do Evangelho ou em seguida à Oração depois da Comunhão, faz-se o anúncio das solenidades móveis do ano.”
É por esse motivo que sugerimos a todos que façam esse solene anúncio em suas paróquias. Para auxiliar aos que têm dificuldades de ter acesso ao texto, publicamos abaixo, o anúncio na íntegra:

ANÚNCIO DAS SOLENIDADES MÓVEIS DE 2011
(Solenidade da Epifania do Senhor)

Irmãos caríssimos,
a glória do Senhor manifestou-se,
e sempre há de manifestar-se no meio de nós
até a sua vinda no fim dos tempos.
Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo
recordamos e vivemos os mistérios da salvação.
O centro de todo o ano litúrgico
é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado,
que culminará no 
Domingo de Páscoa,
este ano a 24 de abril.
Em cada Domingo, Páscoa semanal,
a Santa Igreja torna presente este grande acontecimento,
no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.
Da celebração da Páscoa do Senhor
derivam todas as celebrações do Ano Litúrgico:
as Cinzas, 
início da Quaresma, a 9 de março;
Ascensão do Senhor, a 5 de junho; Pentecostes, a 12 de junho;
primeiro Domingo do Advento, a 27 de novembro.
Também nas festas da Santa Mãe de Deus,
dos Apóstolos, dos Santos
e na Comemoração dos Fiéis Defuntos,
a Igreja peregrina sobre a terra
proclama a Páscoa do Senhor.
A Cristo, que era, que é e que há de vir,
Senhor do tempo e da história,
louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém!

II Vésperas Solene na Catedral Metropolitana de Belém

No próximo dia 02 de janeiro de 2011, Festa da Epifania do Senhor, o Sr. Arcebispo Dom Alberto Taveira, presidirá às II Vésperas Solene da Epifania do Senhor, às 18h na Catedral Metropolitana de Belém, na ocasião a Schola Cantorum entoará o hino e os salmos da celebração. Participe!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Canto ou Recitação do Te Deum

Por: Departamento de Liturgia

Em sua rica Liturgia, dispõe a Santa Igreja de hinos próprios para cada ocasião. Conheçamos um pouco do cântico de ação de graças por excelência, o "Te Deum", pelo qual a Mãe Igreja exprime seu louvor e gratidão ao "Deus de imensa majestade".
[...] Te Deum é um Cântico de arrebatadora beleza, tanto pela admirável evocação da Igreja triunfante e militante, como pela efusiva proclamação dos atributos e benefícios divinos. A origem do canto parece não ser fácil de traçar, já que são contraditórias as hipóteses que se vão apresentando pela crítica e historiografia religiosas. A hipóteses mais famosa, mais simbólica do que científica (e talvez por isso mais interessante), reporta o Te Deum ao século IV, mais precisamente ao ano 387, na altura da cerimônia do batismo de Santo Agostinho, Bispo de Hipona, que terá, com Santo Ambrósio, composto em alternância o hino para a própria cerimônia. Esta hipótese é confirmada, inclusive, pelo nome pelo qual o hino é tradicionalmente tratado “Hino Ambrosino” e pela inscrição no Breviário Romano que o identifica: “Hymnus SS. Ambrosii et Augustini” (“Hino dos Santos Ambrósio e Agostinho”).
O Te Deum é comumente cantado como ação de graças no último dia do ano civil (e outros dias de festa), e consta de um canto tradicional originalmente em gregoriano, podendo ser recitado, em latim ou em vernáculo mesmo. Para que não seja apenas uma recitação simples, pode ser realizado durante a Exposição do Santíssimo Sacramento ao fim da celebração litúrgica.
As comunidades cristãs do mundo todo se reunirão no próximo dia 31 (último dia do ano civil), para entoar solenemente este hino, por ocasião das Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima, que será celebrado pelo Papa Bento XVI na Basílica Vaticana. Sobre este belo costume, o Papa Bento XVI afirma: 
[...] Deus "fez-Se como nós, para nos fazer como Ele: filhos no Filho, portanto, homens livres da lei do pecado. Não é este porventura um motivo fundamental para elevar a Deus a nossa ação de graças? Uma ação de graças que não pode deixar de ser ainda mais motivada no final de um ano, considerando os numerosos benefícios e a sua assistência constante que pudemos experimentar no arco dos doze meses transcorridos".¹
Há um costume de se encerrar a Santa Missa em Ação de Graças pelo ano transcorrido, com a solene Adoração ao Santíssimo Sacramento, para isso o espaço celebrativo e os paramentos litúrgicos que serão utilizados na Santa Missa e na Adoração, devem ser Solene: presbítero ou diácono com os paramentos adequados -  túnica ou alva, cíngulo, casula e Pluvial, para o padre, dalmáticas para os diáconos e o véu umeral para o ministro que dará a benção. A cor dos paramentos deve ser branca ou festiva.
Antes de conceder a bênção, o sacerdote (com  a pluvial), de pé diante do Santíssimo, inicia o canto ou a recitação do Te Deum (feita pelo Padre, Diácono ou um solista), e só depois é entoando o Tantum Ergo (Tão Sublime Sacramento), finalizando com a Benção final com o Santíssimo Sacramento.
A melhor escolha, se deseja-se cantar com a participação do povo, é utilizar o tom simples ou modo romano. Oferecemos a partitura gregoriana, a partitura moderna e o mp3 do "Te Deum”. E abaixo a versão em vernáculo: 




TE DEUM (Português)

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos. 
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;
A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.
A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,
A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,
A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,
Ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objecto das nossa a adorações,
Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.
Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente!
Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes
não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!
Vós, vencedor do estímulo da morte,
abristes aos fiéis o Reino dos Céus,
Vós estais sentado à direita de Deus,
no glorioso trono do vosso Pai!
Nós cremos e confessamos firmemente
que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.
A Vós portanto rogamos que socorrais os vossos servos
a quem remistes como vosso preciosíssimo Sangue.
Fazei que sejamos contados na eterna glória,
entre o número dos vossos Santos.
Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,
E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.
Todos os dias Vos bendizemos
E esperamos glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia
e sempre sem pecado.
Tende compaixão de nós, Senhor,
compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia,
pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.

__________________
Nota:
[1] Homilia do Papa Bento XVI (31/12/2007).

Benção “Urbi et Orbi”

Ao meio-dia do último sábado (25.12.10), Sua Santidade o Papa Bento XVI, apareceu no balcão central da Basílica Vaticana para a tradicional Mensagem natalina e a benção “Urbi et Orbi” (da cidade [Roma] para o mundo).
“Verbum caro factum est – o Verbo fez-Se carne” (Jo 1, 14)
 Bento XVI chegando para o inicio da cerimônia
 Sacada principal da Basílica Vaticana
 

 O Papa proferindo seus votos de feliz natal a todos (leia aqui)

 Detalhe da Catédra e da Estola do Sumo Pontífice
 Alguns Servidores do Altar (Pueri Chori) da Basílica Vaticana

 Benção "Urbi et Orbi"


 O Sumo Pontífice se despedindo da multidão que participou da cerimônia realizada na Praça São Pedro

Fotos: L'Oservatore Romano
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