terça-feira, 19 de abril de 2011

6º ano de um pontificado fecundo

Hoje é feriado no Estado da Cidade do Vaticano. As bandeiras amarelo e branco estão hasteadas nos principais prédios do território. Muitos se perguntam: qual é o motivo? Para entender, precisamos voltar um pouco no tempo.
Abril de 2005. O mundo ainda estava consternado pela morte do Papa João Paulo II, ocorrida no dia 2. A Igreja ainda não havia escolhido o novo papa, mas durante os funerais de João Paulo II, coube ao Cardeal Joseph Ratzinger, à época Decano do Colégio Cardinalício, ler as últimas palavras ao Santo Padre.
"Podemos ter a certeza que o nosso amado papa está agora na janela da morada do Pai, nos vê e nos envia suas bênçãos. Se nos dá a bênção, seja abençoado também o Santo Padre. Nós confiamos a sua alma à Mãe de Deus, tua Mãe, que te guiou todos os dias e te guiará agora para a vida eterna de seu filho, Jesus Cristo, nosso Senhor".
Ratzinger já havia participado do Conclave que elegeu João Paulo I, em agosto de 1978 e, dois meses depois, em outubro, também participou do Conclave que anunciou João Paulo II como novo papa. Em 2005, no dia 19 de abril, o Cardeal Joseph Ratzinger se tornou o novo papa, adotando o nome de Bento XVI. 
"Depois do grande papa João Paulo II, os senhores cardeais me elegeram, um simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o fato que o Senhor sabe trabalhar e agir também com instrumentos insuficientes e, sobretudo, creio em vossas orações".

Há quem diga que o Em.mo Cardeal Carlo Martini, jesuíta e Arcebispo emérito de Milão, foi revelado dentro do Conclave de abril de 2005 um forte candidato à sucessão papal. Contudo, seus argumentos sobre sua frágil saúde desencorajaram os eminentíssimos eleitores. Observemos - para constatar realmente que houve mais de um forte papabile - que a eleição só foi finalizada no terceiro escrutínio, iniciado na tarde da terça-feira. Houve também inúmeros votos para o Em.mo Cardeal Jorge Maria Bergoglio, também jesuíta e Arcebispo de Buenos Aires. Se o então Cardeal Ratzinger, ingressando no conclave com vitória certa - como diziam os jornalistas, então nada deveria prolongar as votações - se bem que três escrutínios não podem ser julgados como demorados, não se falando em um cardeal que não sairia papa.
De qualquer modo, Bento XVI rompeu a tradição do adágio italiano: quem no conclave entra papa, sai cardeal. Ratzinger entrou papa e saiu Pontífice; certamente só houve uma inicial falta de consenso entre os cardeais no nome daquele que era o nome certo para a época certa.

Ratzinger. Ratzinger. Ratzinger. Ratzinger. Ratzinger...

Imagino o coração do futuro Pontífice. Dançando mais agitadamente dentro do peito, enquanto ouvia o seu sobrenome ser pronunciado mais e mais vezes pelo cardeal escrutinador, até chegar ao número de 84/115, 7 a mais da cifra necessária para uma eleição certa. E depois, acreditando no chamado do Senhor, a resposta afirmativa à pergunta feita pelo Cardeal Sodano, então Vice-decano do Colégio de Cardeais. E as lágrimas, na Sala destinada à paramentação do eleito. E, finalmente, a primeira aparição pública. As palavras acertadas e a primeira Urbi et Orbi.


E então, vieram as viagens apostólicas pelo mundo, as visitas pastorais em sua diocese, os pronunciamentos, as canonizações, os documentos que iluminaram a Igreja, mesmo que ainda sejam causam de incompreensão - como o Summorum Pontificum e o Anglicanorum Coetibus, as belíssimas e sapienciais homilias, a devida atenção dispensada à Sagrada Liturgia - como segura forma de ensinar as verdades de fé, o Ano Paulino, o Ano Sacerdotal... Como também, não esquecemos os momentos difíceis, que foram oportunidades de manifestarmos nossa proximidade espiritual e nosso apoio filial: o discurso na Aula Magna da Universidade de Regensburg, o protesto contra sua presença na abertura do ano acadêmico na Universidade La Sapienza, as acusações morais no ano passado, a falta de comunicação na Cúria Romana e entre seus mais diretos colaboradores... Felizmente, a Igreja e seus pastores sempre saem vitoriosos depois de alguma turbulência. E assim o será até a segunda vinda de Cristo!
Que o Senhor o conserve no alto posto do Pontificado até o dia estabelecido por Ele. Para isto, que ele viva tanto ou mais que Pedro!

Salve Bento XVI!

Fonte: Direto da Sacristia e Radio Vaticana

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