terça-feira, 19 de abril de 2011
Da Passchalis Sollemnitatis - Ação Litúrgica da Paixão do Senhor
Continuamos nossas postagens, extraído alguns trechos da Carta Circular Paschalis Sollemnitatis, de 1988, da Congregação para o Culto Divino, documento este que trata da Preparação das Celebrações Pascais, e tiramos os seguintes trechos referente a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor:
Ação Litúrgica da Paixão do Senhor
58. Neste dia, em que “Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado”[63], a Igreja, com a meditação da paixão do seu Senhor e Esposo e adorando a cruz, comemora o seu nascimento do lado de Cristo que repousa na cruz, e intercede pela salvação do mundo todo.
59. A Igreja, seguindo uma antiquíssima tradição, neste dia não celebra a Eucaristia; a sagrada Comunhão é distribuída aos fiéis só durante a celebração da paixão do Senhor; aos doentes, impossibilitados de participar desta celebração, pode-se levar a Comunhão a qualquer hora do, dia.[64]
60. A Sexta-feira da paixão do Senhor é dia de penitência obrigatória para a Igreja toda, a ser observada com a, abstinência e o jejum.[65]
61. Está proibido celebrar neste dia qualquer sacramento, exceto os da Penitência e da Unção dos Enfermos.[66] As exéquias sejam celebradas sem canto e sem o som do órgão e dos sinos. 62. Recomenda-se que o ofício da leitura e as laudes deste dia sejam celebrados nas igrejas, com participação do povo (cf. n. 40).
63. A celebração da paixão do Senhor deve ser realizada depois do meio-dia, especialmente pelas três horas da tarde. Por razões pastorais pode-se escolher outra hora mais conveniente, para que os fiéis possam reunir-se com mais facilidade: por exemplo, desde o meio-dia até ao entardecer, mas nunca depois das vinte e uma horas.[67]
64. Respeite-se religiosa e fielmente a estrutura da ação litúrgica da paixão do Senhor (liturgia da palavra, adoração da cruz e sagrada Comunhão), que provém da antiga tradição da Igreja. A ninguém é licito introduzir-lhe mudanças de próprio arbítrio.
65. O sacerdote e os ministros dirigem-se para o altar em silêncio, sem canto. No caso de alguma palavra de introdução, esta deve ser feita antes da entrada dos ministros.
O sacerdote e os ministros, feita a reverência ao altar, prostram-se: esta prostração, que é um rito próprio deste dia, seja conservada diligentemente, pois significa não só a humilhação do “homem terreno”[68], mas também a tristeza e a dor da Igreja.
Durante a entrada dos ministros os fiéis permanecem em pé, e depois ajoelham-se e oram em silêncio.
66. As leituras devem ser lidas integralmente. O Salmo responsoriaI e a aclamação ao Evange lho sejam executados no modo habitual. A história da paixão do Senhor segundo João é cantada ou lida, como no domingo precedente (cf. n. 33). Depois da leitura da paixão, faça. se a homilia e, ao final da mesma, os fiéis podem ser convidados a permanecer em meditação por um breve tempo.[69]
67. A oração universal deve ser feita segundo o texto e a forma transmitidos pela antigüidade, com toda a amplitude de intenções, que expressam o valor universal da paixão de Cristo, pregado na cruz para a salvação do mundo inteiro. Em caso de grave necessidade pública, o Ordinário do lugar pode permitir ou estabelecer que se acrescente alguma intenção especial.[70]
É consentido ao sacerdote escolher, entre as intenções propostas no Missal, aquelas mais adequadas às condições do lugar, contanto que se mantenha a ordem das intenções, indicada para a oração universal.[71]
68. A cruz a ser apresentada ao povo seja suficientemente grande e artística. Das duas formas indicadas no Missal para este rito, escolha-se a mais adequada. Este rito deve ser feito com um esplendor digno da glória do mistério da nossa salvação: tanto o convite feito ao apresentar a cruz como a resposta dada pelo povo sejam feitos com o canto. Não se omita o silêncio reverente depois de cada uma das prostrações, enquanto o sacerdote celebrante, permanecendo de pé, mostra elevada a cruz.
69. Apresente-se a cruz à adoração de cada um dos fiéis, porque a adoração pessoal da cruz é um elemento muito importante desta celebração. No caso de uma assembléia muito numerosa, use-se o rito da adoração feita contemporaneamente por todos.[72]
Use-se uma única cruz para a adoração, tal como o requer a verdade do sinal. Durante a adoração da cruz cantem-se as antífonas, os “impropérios” e o hino, que recordam com lirismo a história da salvação[73], ou então outros cânticos adequados (cf. n. 42).
70. O sacerdote canta a introdução ao Pai-Nosso, que é cantado por toda a assembléia. Não se dá o sinal da paz.
A Comunhão é distribuída segundo o rito descrito no Missal. Durante a Comunhão pode-se cantar o Salmo[74], ou outro cântico apropriado. Concluída a distribuição da Comunhão, a píxide é levada para o lugar já preparado fora da igreja.
71. Depois da Comunhão procede-se à desnudação do altar, deixando a cruz no centro, com quatro castiçais. Disponha-se na igreja um lugar adequado (por exemplo, a capela da reposição da Eucaristia na Quinta-feira Santa), para colocar ali a cruz, a fim de que os fiéis possam adorá-la, beijá-la e permanecer em oração e meditação.
72. Pela sua importância pastoral, sejam valorizados os pios exercícios, como a Via-sacra, as procissões da paixão e a memória das dores da bem-aventurada Virgem Maria. Os textos e os cânticos destes pios exercícios correspondam ao espírito litúrgico deste dia. O horário desses pios exercícios e o da celebração litúrgica sejam de tal modo dispostos, que apareça claro que a ação litúrgica, por sua mesma natureza, está acima dos pios exercícios.
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Notas:
[63] 1Cor 5. 7.
[64] Cf. Missal Romano, Sexta-feira Santa, n. 13.
[65] Cf. Paulo VI, Const. Apost. Paenitemini, II, 2, AAS 58 (1966) 183: Código de Direito Canônico, cân. 1251.
[66] cr. Missal Romano, Sexta-feira Santa, n. 1; Congr. para o Culto Divino, “Declaratio ad Missale Romanum”, em Notitiae 13 (1977) 602.
[67] Cf. ibid., n. 3; s. Congr. dos Ritos, “Ordinationes et Declarationes circa Ordinem hebdomadae sanctae instauratum”, 1.2.1957, n. 15, AAS 49 (1957) 94.
[68] Ibid., n. 5, segunda oração.
[69] Ibid., n. 9; Caeremoniale Episcoporum, n. 319.
[70] Cf. Ibid., n. 12.
[71] Cf. Míssal Romano, Princípios e Normas para o uso do Missal Romano”, n. 46.
[72] Cf. Missal Romano, Sexta-feira Santa, n. 19.
[73] Cf. Mq 6, 3-4.
[74] Cf. Conc. Vat. II, Const. Sacrosanctum Concilium, n. 13.
Fonte: Presbíteros
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